Sindicato dos Estivadores "sem condições prévias" para reunião convocada pelo Governo sobre o Porto de Setúbal

Estivadores exigem contrato coletivo de trabalho e estão em greve, que deixou paralisado o terminal marítimo.

26 de novembro de 2018 às 13:09
Estivadores em protesto perante aparato policial no porto de Setúbal Foto: Rui Minderico
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Governo, Estivadores, Setúbal Foto: CMTV
Estivadores em protesto retirados à força pela polícia do porto de Setúbal

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O SEAL - Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística já confirmou a presença na reunião sobre relações laborais no Porto de Setúbal, agendada para esta segunda-feira, "sem quaisquer condições prévias", afirmou em comunicado.

"Como sempre temos afirmado, participaremos nesta ou em qualquer outra reunião, sem quaisquer condições prévias", refere o SEAL, em comunicado, adiantando que dará conta das conclusões do encontro em conferência de imprensa na terça-feira.

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A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, convidou hoje 13 entidades para aquela que será a primeira reunião entre o Governo, a administração do porto de Setúbal e os sindicatos para discutir a situação dos estivadores eventuais, que se recusam a comparecer ao trabalho desde o passado dia 5 de novembro para exigir um contrato coletivo de trabalho.

Os estivadores eventuais do porto de Setúbal que prestam serviço às empresas Ylport e Sadoport, e que são contratados à jorna pela empresa de trabalho portuário Operestiva, representam cerca de 90% dos estivadores daquelas duas empresas, mas que estão em situação de precariedade, sem qualquer regalia além do salário, alguns há mais de 20 anos e outros há mais de dez anos.

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Entre as entidades convidadas para a reunião promovida pelo Governo estão o SEAL, o sindicato Nacional dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego, Conferentes Marítimos e Outros, a CGTP, a UGT, a APSS, Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, assim como as empresas que operam no porto de Setúbal.

Na quinta-feira da semana passada, os estivadores tentaram impedir a entrada de um autocarro que transportava trabalhadores para os substituir no carregamento de um navio com viaturas da fábrica da Autoeuropa, mas acabaram por ser retirados da via pública por elementos da PSP.

A conferência de imprensa do SEAL, marcada para as 11:15 de terça-feira no Auditório Charlot, em Setúbal, terá lugar após um encontro/debate entre os estivadores de Setúbal e os delegados de seis dos oito portos onde o SEAL está representado (Leixões, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal, Sines e Praia da Vitória).

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De acordo com o sindicato, "os delegados do porto do Caniçal não poderão estar presentes precisamente devido a mais uma das perseguições que o SEAL tem denunciado, a contínua instauração de processos disciplinares, não se podendo ausentar da ilha da Madeira, onde têm de responder perante processos persecutórios".

O encontro, de acordo com o SEAL, deverá ainda contar com as presenças dos diretores nacionais do sindicado, de delegados locais, e do Coordenador Mundial do IDC (International Dockworkers Council) e do Coordenador da Zona norte da Coordinadora de Espanha, bem como representantes dos diversos sindicatos solidários com a luta dos estivadores de Setúbal.

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