Sindicatos da Madeira manifestam-se contra revisão da lei laboral com buzinão no Funchal
"Novo código laboral é uma afronta aos trabalhadores", refere dirigente sindical.
Cerca de 50 automóveis participaram esta sexta-feira num buzinão nas ruas do Funchal em protesto pelo anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, uma iniciativa promovida pela União dos Sindicatos da Madeira (USAM).
"Este novo código laboral é uma afronta aos trabalhadores", disse António Gouveia, membro da direção da USAM e da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Intersindical (CGTP), considerando que o país está a "regredir nos direitos laborais" e a "caminhar para uma escravatura tremenda".
O sindicalista explicou que o buzinão no Funchal insere-se na jornada nacional de luta promovida pela CGTP contra o anteprojeto de revisão da legislação laboral, com manifestações previstas no sábado no Porto, às 10:30, e em Lisboa, às 15:30.
Cerca de 50 automóveis partiram da zona do Estádio dos Barreiros e avançaram para o centro da cidade, mas a intensidade do trânsito separou-os e só depois de duas voltas na Avenida no Mar, as buzinas se tornam mais audíveis e persistentes, despertando a curiosidade dos transeuntes e outros automobilistas.
A USAM exige um "futuro de desenvolvimento, progresso e justiça social" para a região e para o país, com vista a "garantir uma vida digna a quem cá vive e trabalha, com emprego seguro e com direitos, salários dignos, horários regulados e contratação coletiva com direitos".
O buzinão sinalizou a discordância dos sindicatos da Madeira face ao anteprojeto de revisão da legislação laboral apresentado pelo Governo da AD, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro.
Entre os pontos mais criticados estão medidas relacionadas com os despedimentos, o regresso do banco de horas individual, as alterações nos contratos a prazo ou as mexidas no regime de horários flexíveis.
"A nossa luta vai continuar e possivelmente vamos até uma greve geral", avisou António Gouveia, ressalvando, contudo, "a CGTP é que vai decidir" e na Madeira acompanharão o protesto.
O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, apresentado no final de julho, começou na semana passada a ser debatido com os parceiros sociais.
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