"Tão novo, a meio de uma carreira e de uma vida": Presidente da República lamenta morte de Filipe Duarte

Ator morreu esta madrugada, vítima de um enfarte do miocárdio fulminante.

17 de abril de 2020 às 16:00
Ator Filipe Duarte Foto: Nuno Marques
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O Presidente da República lamentou esta sexta-feira a morte do ator Filipe Duarte, aos 46 anos, "tão novo, a meio de uma carreira e de uma vida", elogiando a versatilidade das suas participações no teatro, cinema e televisão.

"Habituámo-nos a ver Filipe Duarte no teatro, no cinema e na televisão. Em teatro, tanto fez Gil Vicente e Shakespeare como autores portugueses contemporâneos, com diversas companhias e encenadores", refere Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.

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No cinema, o chefe de Estado lembra os filmes "Os Imortais", "O Milagre Segundo Salomé", "A Costa dos Murmúrios", "A Outra Margem", "Coisa Ruim", "4 Copas", "Variações" e "Mosquito", considerando que "dão bem conta da sua versatilidade", e na televisão destaca a sua participação em "Equador" como protagonista.

"Em qualquer destes trabalhos foi uma presença intensa, em galãs e vilões, homens agrestes ou compassivos. É triste perdê-lo, tão novo, a meio de uma carreira e de uma vida. À sua família endereço as minhas sentidas condolências", acrescenta o Presidente da República.

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O ator português Filipe Duarte morreu esta sexta-feira de madrugada aos 46 anos, em consequência de um enfarte, na sua casa, no concelho de Cascais, confirmou à agência Lusa fonte próxima da família.

A notícia e a causa da morte foram reveladas pela SIC, que tem atualmente em exibição a telenovela "Amor de mãe", rodada no Brasil nos estúdios da Globo e na qual entra o ator.

Nascido em Angola em 1973, de onde saiu para Portugal ainda na infância, Filipe Duarte estudou teatro e foi em palco que se estreou, nos anos 1990, com a Companhia Teatral do Castelo e com o Teatro da Garagem.

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No teatro, trabalhou com companhias como o Teatro Meridional e o Teatro do Vestido, mas foi sobretudo no cinema e em televisão que construiu a carreira.

Em televisão, Filipe Duarte fez ainda séries, telenovelas e participou em programas para a infância, deu a voz para publicidade, desenhos animados e videojogos.

"A febre do ouro negro" (2001), A Ferreirinha" (2004), "Equador" (2008) "e "Belmonte" (2013) são alguns dos projetos televisivos em que entrou.

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No cinema, entrou em mais de trinta filmes, entre curtas-metragens, telefilmes e longas-metragens, entre comédia, drama e romance e trabalhou com, entre outros, Luís Filipe Rocha, António-Pedro Vasconcelos, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Tiago Guedes e Vítor Gonçalves.

Destaca-se o filme "A outra margem" (2007), de Luís Filipe Rocha, no qual interpreta o travesti amargurado com a vida e que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá.

É ainda de recordar a participação de Filipe Duarte em "A costa dos murmúrios" (2004), de Margarida Cardoso, e ao lado de Beatriz Batarda, rodado em Moçambique.

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Foi nessa altura, de regresso a África já em adulto, que Filipe Duarte decidiu ter dupla nacionalidade, portuguesa e angolana.

As presenças mais recentes de Filipe Duarte no cinema deram-se com "Variações" (2019), no qual interpretou o fundador da discoteca Trumps, e "Mosquito" (2020), em que voltou a interpretar um militar em África, durante a primeira Guerra Mundial.

O mais recente projeto no cinema seria "Nothing ever happened", de Gonçalo Galvão Teles, ainda inédito.

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