Varizes fazem sofrer 2 milhões de mulheres

Para dois milhões de mulheres portuguesas, os dias soalheiros não são um chamariz para deixar as calças de lado e investir em peças de vestuário com menos tecido. Inestéticas e bem visíveis, as varizes são uma doença séria, crónica e evolutiva, que nada tem de cómico ou de apelativo. Quanto mais cedo começarem a ser tratadas, mais eficazes são osresultados.

09 de setembro de 2012 às 01:00
VARIZES, ESCLEROTERAPIA, SAÚDE, MULHERES Foto: Amândia Queirós
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"A doença venosa é crónica e evolutiva e, por isso, acarreta uma elevada repercussão socioeconómica. Neste momento, estima-se que cerca de dois milhões de mulheres portuguesas, com mais de 30 anos, sofram desta doença, e que grande parte da população desconheça os principais sintomas e sinais subjacentes à doença venosa crónica, desvalorizando as suas consequências e encarando-a unicamente do ponto de vista estético" revela ao CM Armando Mansilha, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

E as consequências da desvalorização desta doença não se esgotam no desconforto. "São várias as consequências de não tratar devida e atempadamente a doença, em que destacaria a eventualidade de tromboflebite no trajecto das veias, a possibilidade de hemorragia por ruptura de uma variz e a evolução para úlcera varicosa. Quanto mais precocemente se iniciar o tratamento, menos evasivo e complexo será", conclui o especialista da Universidade do Porto.

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VIGILÂNCIA EVITA PROGRESSÃO

O desconforto nas pernas, a par do cansaço cada vez mais acentuado, fez que ManuelaAlves, de 60 anos e residente em Matosinhos, procurasse aconselhamento médico em 2007. Logo na primeira consulta de Angiologia e Cirurgia Vascular foi informada de que sofria de doença venosa, quadro clínico confirmado posteriormente pelo exame ecodoppler venoso dos membros inferiores.

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"Desde que soube que tinha varizes, tomo Daflon 500 diariamente", medicamento indicado para o tratamento da insuficiência venosa crónica. "Com aalimentação tenho o cuidadonecessário para evitar o excesso de peso. Além disso, procuro não ter uma vida sedentária e uso meia elástica diariamente", explica a comerciante.

Apesar dos cuidados necessários com a saúde, Manuela Alves considera que tem uma vida completamente normal. "A doença venosa não tem afectado muito a minha vida devido aos meus cuidados e à vigilância médica regular. Faço também sessões de escleroterapia dasvarizes nas pernas [processo no qual é usado um químico líquido, injectado na veia para causar a sua cicatrização], de forma que se impeça a progressão da doença", conclui.

PERFIL

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Manuela Alves tem 60 anos, é comerciante e reside em Matosinhos. Em 2007 procurou aconselhamento médico e, desde então, a sua qualidade de vida melhorou.

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