Entre 31 de outubro e 12 de novembro vão passar na COP 26 cerca de 20 mil delegados e dezenas de líderes mundiais.
Fora da "zona azul" onde se decidirá o essencial da cimeira do clima da ONU, protestos, manifestações e acontecimentos paralelos marcarão as duas semanas de trabalhos, divididos entre quem acredita e quem não acredita no sucesso dos trabalhos.
Por Glasgow, palco da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), passarão entre 31 de outubro e 12 de novembro cerca de 20.000 delegados e dezenas de líderes mundiais, cujas movimentações causarão alguns transtornos aos habitantes, que terão ainda que conviver nas ruas com os vários protestos de ativistas: alguns querem que os líderes os ouçam, outros já desistiram de tentar e só querem alertar para o que consideram ser uma farsa.
No fim da primeira semana de trabalhos, o ramo escocês do movimento Fridays for Future, fundado pela ativista sueca Greta Thunberg, promove uma das suas recorrentes greves estudantis.
O protesto incluirá uma marcha pela cidade de Glasgow, que os organizadores descrevem como aberta a famílias e com a qual esperam juntar cerca de oito mil pessoas, pelo menos de acordo com o que comunicaram às forças policiais, segundo o 'site' Glasgow World.
Greta Thunberg, conhecida por invetivar chefes de Estado e de Governo pela sua inação no inverter das alterações climáticas, também estará na Escócia.
No dia seguinte, o coletivo internacional de organizações ativistas Coligação COP26 promove o que chama "Dia Global para a Justiça Climática", uma manifestação sob o lema "A justiça não chegará pelas mãos dos líderes mundiais ou de corporações".
A coligação afirma incluir movimentos indígenas, sindicatos, grupos pela justiça racial, grevistas estudantis, agricultores, movimentos feministas, religiosos e outros para proclamar o "papel central das comunidades do Sul Global".
Entre os membros desta coligação, estará também presente o movimento Extinction Rebellion, protagonista de atos públicos de desobediência civil e vandalismo, que chegará a Glasgow no dia 30 de outubro, ao cabo de uma "procissão de peregrinos" que levará ativistas de vários pontos da Europa.
Apelidados pelo Governo britânico de "eco-ativistas transformados em criminosos", os membros do Extinction Rebellion são crípticos quanto às ações concretas, afirmando que serão "protestos pacíficos e criativos e desobediência civil não violenta".
"Vamos cantar e dançar e estar de braço dado contra o desespero para lembrar ao mundo que há tanta coisa pela qual vale a pena revoltarmo-nos", declaram no seu 'site'.
O ativista Simon Clark, que pertence à fação escocesa do Extinction Rebellion resumiu ao jornal escocês The National a conclusão antecipada que movimentos como o seu têm de cimeiras como a que se realizará em Glasgow: "as empresas petrolíferas, os governos, os bancos de investimento e os meios de comunicação vão vender tudo isto como um sucesso".
"Para nós, a COP só vai decidir quem é sacrificado, quem escapa e quem lucra mais. O nosso objetivo é perturbar, não o público em geral, mas quem perpetua a crise climática", declarou.
A Extinction Rebellion promove ainda no dia 03 de novembro o que chama de marcha do "greenwashing", acusando nomeadamente o Governo britânico de enganar os seus cidadãos quanto às suas reais intenções no plano climático, através do patrocínio da COP26.
A estas ações, a polícia escocesa já afirmou que será "amistosa, justa e amável" com quem pretender protestar pacificamente, mas garantindo que dará uma "resposta proporcional" se houver violência ou ações como corte de estradas.
De 07 a 10 de novembro, a Coligação COP26 promove o que chama "cimeira popular" que decorre pela internet e em vários locais de Glasgow e que começará com um "tribunal popular" sobre a Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.
Ao longo de vários dias, serão dezenas de encontros, palestras e atividades com temas que vão do feminismo, racismo, fenómenos políticos de extrema-direita, anti-capitalismo à transição energética.
Haverá até "visitas tóxicas" à cidade anfitriã da cimeira, em que ativistas pretendem mostrar o papel de Glasgow no desenvolvimento da "ordem mundial colonial e baseada nos combustíveis fósseis".
Mais perto do que realmente se decidirá na COP26, a chamada "zona verde" da cimeira, aberta ao público no Centro Científico de Glasgow, promove durante as duas semanas um programa extenso de atividades, com mais de 200 iniciativas.
Os interlocutores são jovens, povos indígenas, empresas e cientistas que se dedicarão a promover concertos, demonstrações científicas, debates, sessões de cinema e exposições.
A União Europeia, que se apresenta em Glasgow depois de se ter comprometido durante a presidência portuguesa a ser neutra em emissões carbónicas em 2050, promove também um programa paralelo.
Com dias temáticos -- Cidades, Agricultura, Economia Circular, Transição Energética, entre outros -, o programa da UE contará no dia 02 de novembro com o ministro português do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, num painel sobre experiências de adaptação climática na Europa.
No espaço da União Europeia será também anunciado o vencedor deste ano do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, que já distinguiu Greta Thunberg.
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