Sebastião Pereira sofreu AVC no Algarve e morreu em Coimbra.
Doente morre após esperar 6 horas no hospital
"Foram falhas do início ao fim. Desde o diagnóstico inicial e ao transporte até chegar à falta de capacidade médica dos hospitais para assistir o meu pai, que fez descontos durante mais de 50 anos." O desabafo emocionado é de Catarina Pereira, horas depois de saber da morte do pai, Sebastião. Estava internado no Hospital Universitário de Coimbra, para onde foi após um calvário de 21 horas até chegar a um hospital com capacidade para o socorrer a um problema vascular.
A morte de Sebastião Pereira, de 74 anos, aconteceu pelas 00h30 de segunda-feira e foi confirmada ao CM por fonte hospitalar e pelos familiares. "Nos últimos dias parecia estar a melhorar. Apesar do diagnóstico reservado, sempre tivemos alguma esperança", referiu ao CM a filha Catarina, garantindo que a família vai recorrer aos tribunais para punir os responsáveis pelo que aconteceu ao pai.
O calvário de Sebastião começou às 06h00 do dia 14, quando o INEM o transportou para o Serviço de Urgência Básica de Vila Real de Santo António, onde o médico lhe "baixou a tensão". Foi depois de carro até ao hospital de Faro, por falta de ambulâncias. Foi sujeito a exames, mas na espera de seis horas sofreu um AVC isquémico na artéria basilar e ficou em coma. Sem médicos para o operar, o Centro Hospitalar do Algarve pediu apoio ao Hospital de São José, que segundo a família terá recusado, porque "o médico só lá estava até às 20h00". Foi transportado depois, numa ambulância da Cruz Vermelha, até ao Hospital Universitário de Coimbra, onde chegou às 03h00 do dia seguinte, 21 horas depois. "Foi demasiado tempo à espera", lamenta a filha.
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