Segundo a imprensa brasileira, Wyllys tem vivido sob escolta policial, tendo recebido com frequência ameaças de morte.
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Um conjunto movimentos portugueses divulgou hoje uma nota de "solidariedade e acolhimento" ao ex-deputado brasileiro Jean Wyllys, que se exilou do Brasil por temer pela vida, e anunciou uma concentração solidária em Lisboa.
"Declaramo-nos em solidário apoio à vinda do Jean Wyllys a Portugal e denunciamos o clima de ódio e violência que a extrema-direita tem procurado semear no espaço democrático. És muito bem-vindo Jean Wyllys!", diz a nota assinada por duas dezenas e meia de entidades e movimentos portugueses, que em Portugal "lutam pela democracia e os direitos humanos, contra a homofobia, o machismo, o racismo e a xenofobia".
Os signatários da nota de "solidariedade e acolhimento" ao ex-parlamentar brasileiro colocam-se ainda ao lado da "defesa das liberdades fundamentais, numa reação à violência, à intimidação, às 'fake news' e aos discursos de ódio".
Este conjunto de entidades anuncia no mesmo texto a realização esta tarde, pelas 16:00, na rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa, de uma concentração, que pretende ser a expressão de "um ato em solidariedade ao ex-parlamentar, que não assumiu seu terceiro mandato de deputado federal", perante a "omissão do Estado brasileiro em garantir [a sua] segurança e proteção".
A concentração, segundo a nota, decorrerá em frente às instalações da Casa do Alentejo, onde Jean Wyllys dará uma conferência subordinada ao tema: "Porque se exilar do Brasil hoje?".
Jean Wyllys, deputado federal do Rio de Janeiro, anunciou, em 24 de janeiro, que ia desistir do novo mandato e deixar o Brasil, após receber ameaças de morte, situação que se arrasta desde o homicídio da vereadora Marielle Franco, também pertencente ao partido de Wyllys, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que o façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração", escreveu então Jean Wyllys, na rede social Twitter.
Segundo a imprensa brasileira, desde o homicídio de Marielle Franco, em março do ano passado, Wyllys tem vivido sob escolta policial, tendo recebido com frequência ameaças de morte.
Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar num ato político com mulheres negras.
Wyllys tornou-se, ainda segundo a imprensa brasileira, o primeiro deputado parlamentar assumidamente gay a apoiar assuntos relacionados com a comunidade LGBT (sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros) no Congresso Nacional brasileiro.
A assessoria de Jean Wyllys afirmou à plataforma de notícias G1 que há uma campanha "muito pesada" contra o deputado, que dissemina conteúdo falso sobre ele na internet, associando-o a casos de pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo em casos infantis.
No passado dia 8, o Parlamento português aprovou um voto de condenação às "ameaças à integridade física de titulares de cargos políticos e ativistas dos diretos humanos no Brasil", numa votação que motivou sentidos de voto diferentes dentro das bancadas.
O voto, apresentado por André Silva, deputado único do PAN, e pelo deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira, foi aprovado com os votos favoráveis dos proponentes, do PS, do BE, do PCP, do PEV e dos deputados centristas Ana Rita Bessa, Assunção Cristas e João Almeida.
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