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Nada impede Artur Carvalho de fazer ecografias a grávidas

Médico do 'bebé sem rosto' está suspenso pela Ordem.

03 de novembro de 2019 às 09:43
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Nada impede Artur Carvalho de fazer ecografias a grávidas

"Nada impede o médico que não notou nada de estranho no exame ao bebé que nasceu sem parte do crânio, sem nariz e sem olhos de continuar a fazer ecografias, mesmo que a Ordem o expulse da profissão", afirmou à Renascença Ricardo Sampaio, presidente da Associação Portuguesa de Radiologia.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, confirma que é mesmo assim. "Esta situação decorre do facto de Portugal não ter uma lei do ato médico, à semelhança do que acontece noutros países", afirmou.

O presidente da Associação Portuguesa de Radiologia criticou também a falta de fiscalização, considerando ser essa uma das causas para o que se passou, e dá o seu próprio exemplo: "O médico Ricardo Sampaio, que exerce há anos, nunca foi objeto de uma auditoria".

Sete processos pendentes na Ordem

O médico obstetra Artur Carvalho tem sete processos em instrução na Ordem dos Médicos na sequência de queixas por alegados erros ou negligência médica.

O médico foi suspenso preventivamente por seis meses pelo Conselho Disciplinar do Sul da Ordem dos Médicos, numa decisão tomada a 22 de outubro. Artur Carvalho informou o bastonário que decidiu suspender a realização de ecografias na gravidez até à conclusão dos processos.

Rodrigo com prognóstico reservado

Rodrigo nasceu no dia 7 de outubro, com malformações graves (não tem nariz e parte do crânio) que não foram detetadas pelo médico obstetra Artur Carvalho nas três ecografias obstétricas que realizou à mãe do bebé, na Clínica Ecosado, em Setúbal.

O menino, que vai fazer um mês no próximo dia 7, continua internado no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, nos Cuidados Paliativos de Pediatria, num quarto isolado.

O prognóstico é reservado. Uma equipa médica multidisciplinar acompanha o bebé. Marlene e David, os pais, velam noite e dia por Rodrigo e acreditam num milagre. Com o filho numa situação de saúde extremamente frágil, a família de Rodrigo diz que só espera que seja feita justiça.

Bastonário garante processo terminado em seis meses

O bastonário Miguel Guimarães diz que o processo ao médico tem de estar concluído dentro do período de seis meses em que este foi suspenso. Miguel Guimarães garantiu ainda que haverá um reforço de meios para tratar as 1500 queixas pendentes no conselho regional do sul.

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