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Trabalham mas vivem em tendas perto da praia de Carcavelos porque não conseguem pagar renda

"A situação tem sido muito complicada. As rendas das casas estão demasiado altas. O que recebemos não dá para tudo", conta Nelson, que mora na Quinta dos Ingleses há cerca de dois anos.

24 de setembro de 2023 às 14:47

São nove as pessoas que foram obrigadas a adotar este estilo de vida para fugir às elevadas rendas. Esta é a realidade de Nélson Ferreira há, pelo menos, dois anos. Começou por morar na praia mas com a subida maré viu-se obrigado a instalar a tenda no pinhal junto ao Colégio St. Julians.

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Trabalham mas vivem em tendas perto da praia de Carcavelos porque não conseguem pagar renda

“As rendas estão altas e não dá para as pagar. Por enquanto, vou ficar por aqui”, conta o jovem de 20 anos que tem recorrido à Associação Paroquial de Carcavelos para satisfazer necessidades como comer e tomar banho.

“Já não me imagino a dormir numa casa, este é o meu conforto”, confessou. Os vizinhos de Nélson são João Mendes, de 33 anos e Danielle Araújo, de 40. Ele trabalha no setor da restauração, como empregado de mesa, não tem contrato e recebe 30 €/dia. Já a mulher, desempregada, procura emprego todos os dias.

Há dois meses, o casal passou a morar numa tenda assim que foi despejado de casa, onde houve uma promessa de arrendamento que não foi cumprida. “Todos têm uma rotina e a nossa é trabalho-chão e chão-trabalho”, desabafa o homem que já perdeu a esperança de encontrar apoio, uma vez que “todos os pedidos de ajuda foram negados”.

“As rendas estão altas e não dá para as pagar. Por enquanto, vou ficar por aqui”, conta o jovem de 20 anos que tem recorrido à Associação Paroquial de Carcavelos para satisfazer necessidades como comer e tomar banho.

“Já não me imagino a dormir numa casa, este é o meu conforto”, confessou. Os vizinhos de Nélson são João Mendes, de 33 anos e Danielle Araújo, de 40. Ele trabalha no setor da restauração, como empregado de mesa, não tem contrato e recebe 30 €/dia. Já a mulher, desempregada, procura emprego todos os dias.

Há dois meses, o casal passou a morar numa tenda assim que foi despejado de casa, onde houve uma promessa de arrendamento que não foi cumprida. “Todos têm uma rotina e a nossa é trabalho-chão e chão-trabalho”, desabafa o homem que já perdeu a esperança de encontrar apoio, uma vez que “todos os pedidos de ajuda foram negados”.

MENORES EM INSTITUIÇÃO

João e Danielle têm os dois filhos menores - de 5 e 10 anos - numa instituição de acolhimento. Prometeram ajudar o casal com um local fixo para morar mas isso não chegou a acontecer. Desta forma, perderam a custódia dos filhos, a quem ligam diariamente e só podem visitar uma vez por semana, durante uma hora.

ÁGUA DA PRAIA

Muitos dos moradores do pinhal deslocam-se até à praia de Carcavelos para ir buscar água para, dessa forma, conseguirem fazer a higiene diária.

FILHO COM OS AVÓS

O CM também falou com um outro morador do pinhal. O homem entregou o filho de quatro anos aos cuidados dos avós maternos e agora trabalha nas obras para sustentar o menor. Vive numa tenda há cerca de três meses.

MAIS CASAS

A grande maioria dos inquiridos (74,6%) pede que Governo e autarquias construam casas do Estado para arrendamento acessível, que consideram ser uma “melhor solução” para a crise na habitação.

NOVA LEI

Uma solução é mudar a lei para dar mais segurança aos proprietários de casas por arrendar, com 59,1% a achar que daria “confiança” para que as habitações entrassem no mercado de arrendamento ou de compra de imóveis.

PROTESTO DIA 30

Está marcada uma manifestação para dia 30 de setembro a exigir mais medidas para combater os problemas na habitação. O protesto é organizado pelo movimento Casas para Viver.

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