Mário Nogueira calcula que possam estar em causa cerca de 4 a 5 mil professores que poderão ter acesso aos benefícios da CGA.
Fenprof diz que docentes com hiato na carreira devem ir a tribunal para voltarem à Caixa Geral de Aposentações
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, instou hoje os professores que tiveram um hiato na carreira a entrarem com ações em tribunal para garantirem o regresso à Caixa Geral de Aposentações (CGA), após resultados favoráveis nas já interpostas.
"Os professores que trabalharam, que foram contratados até 2006, e depois, por qualquer motivo, sobretudo naqueles anos da 'troika', ficaram desempregados, supostamente, ou pelo menos na opinião do Governo, perderam o direito a serem subscritores da Caixa Geral de Aposentações. Mas, na verdade, a lei não diz isso", disse esta segunda-feira Mário Nogueira aos jornalistas, no Porto.
O secretário-geral da Fenprof falava em frente ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, onde esta segunda-feira acompanhou a entrada de mais processos através do Sindicato dos Professores do Norte (SPN).
"Quem já foi subscritor [da CGA], pode continuar a ser. E tanto assim é que o Governo, não aceitando essa inscrição, os professores começaram, com os sindicatos da Fenprof a apoiar, a recorrer aos tribunais. E os tribunais deram razão a todos os que lá recorreram", vincou o responsável da Fenprof.
Mário Nogueira disse aos jornalistas que a CGA "decidiu, em julho passado, abrir à reinscrição", mas que o Governo "decidiu suspender essa reinscrição e agora preparava-se para fazer uma nova lei" dizendo que só podiam voltar à CGA os professores sem hiatos, mas "esses não precisam de uma lei, porque esses já estão inscritos, não tiveram hiatos".
Segundo o líder sindical, "não é preciso lei nenhuma, basta não mexer na que está, para que tudo corra normalmente", apelando Mário Nogueira a ações dos professores em tribunal, num processo que classificou de "contrarrelógio", antes que a lei possa ser alterada pelo próximo Governo.
"Já temos mais de mil ações metidas no país todo, das quais mais de 400 são aqui no Norte", chamando à atenção "para quem ainda não avançou, rapidamente se dirigir ao seu sindicato, a um dos sindicatos da Fenprof, e a avançar com a sua ação".
Mário Nogueira calcula que possam estar em causa cerca de 4 a 5 mil professores que poderão ter acesso aos benefícios da CGA, ao invés dos da Segurança Social, que protegem menos em caso de doença.
A advogada do SPN, Filipa Pintalhão, explicou aos jornalistas que a CGA garante, em caso de incapacidade por doença, "tem direito, do terceiro ao trigésimo dia, a ser abonado com uma quantia correspondente a 90% do seu vencimento, e do trigésimo dia em diante recebe a 100%", e na Segurança Social recebe apenas 55% do seu vencimento a partir do terceiro dia.
Mário Nogueira lamentou ainda que o Governo, "sabendo os tempos que os tribunais têm", para uma coisa que "a lei prevê que se pode fazer, obrigue a ir por via tribunal para que ela seja feita".
"Não tem sentido nenhum, a não ser um sentido de, uma vez mais, desrespeitar a lei por parte de um Governo em gestão", acusou, falando inclusive, à semelhança do que já tinha feito no início do ano, num "ato absolutamente antidemocrático, porque ilegal, por parte de um Governo que está em vias de sair".
Para Mário Nogueira, "parece que o único problema que se vive hoje na educação é a contagem do tempo de serviço", mas há também outros problemas como a "precariedade, condições de trabalho, envelhecimento, de escola pública, que tudo isso tem que ter resposta", bem como "problemas de grupos de professores", como o ilustrado hoje, e ainda a mobilidade por doença, referiu.
"Nós esperamos que os partidos, na próxima legislatura, tenham em consideração a necessidade de respeitar os professores. Porque enquanto não o fizerem, vão sempre perder professores. E num momento em que nós estamos a ter tantas escolas, cada vez mais, com falta de professores, não tem sentido que se tomem medidas que levam ao afastamento de muitos", concluiu.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.