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6 mil cirurgias adiadas até ao final da semana devido à greve

Sindicatos apontam participação de 80% entre os médicos e 75% entre os enfermeiros.

03 de julho de 2019 às 09:21
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6 mil cirurgias adiadas até ao final da semana devido à greve

Milhares de consultas e cirurgias ficaram esta terça-feira por realizar no primeiro de dois dias de paralisação simultânea de médicos e enfermeiros.

O protesto resultou no adiamento de "dezenas de milhares" de consultas médicas e cerca de 1500 operações não foram realizadas, de acordo com Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que convocou a paralisação.

A estimativa aponta para que quase 6 mil procedimentos cirúrgicos fiquem por executar até sexta- -feira, quando chega ao fim a greve dos enfermeiros.

O balanço feito pelo SIM indica que 80% dos médicos escalados para o dia de ontem aderiram à paralisação. Nos blocos operatórios a adesão fixou-se nos 85%, enquanto que nas consultas externas hospitalares 75% dos profissionais não se apresentaram ao serviço.

Nos centros de saúde, a adesão global foi de 80%. Esta tarde, a Federação Nacional dos Médicos manifesta-se junto ao Ministério da Saúde.

No primeiro de quatro dias de greve para os enfermeiros, a adesão foi de 75%, segundo o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal.

A ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou, ainda durante a manhã de ontem, que as reivindicações de médicos e enfermeiros "não são suscetíveis de serem atendidas".

Utentes exigem mais investimento

A maioria dos portugueses (61%) não acredita num Serviço de Saúde melhor sem contratação de mais profissionais, revela um estudo ontem apresentado.

PERGUNTAS E RESPOSTAS 

– Há serviços mínimos?

– São declarados sempre que são convocadas greves na Saúde. Incluem todos os serviços de Urgência e Cuidados Intensivos. Quimioterapia e algumas cirurgias estão asseguradas.

– O que estão a reivindicar os médicos?

– Que todos os portugueses tenham médico de família. A redução das listas de utentes por médicos e diminuição do tempo de serviço de Urgência das 18 para as 12 horas semanais.

– O que estão a reivindicar os enfermeiros?

– O descongelamento das progressões na carreira e o acesso à reforma quando cumpridos 35 anos de serviço e 57 de idade. Exigem medidas compensatórias do desgaste da profissão.

– Qual o rácio de profissionais por habitante?

– São 4,5 clínicos por cada mil pessoas, de acordo com a OCDE. A média europeia é de 3,4. Já os enfermeiros são 6,3 por cada mil habitantes. Na OCDE a média é 9 profissionais.

– Onde é mais sentida a carência de profissionais?

– O Alentejo e o Algarve, segundo a Ordem dos Médicos. As especialidade de Ginecologia e Obstetrícia e Anestesiologia têm evidenciado falhas nos serviços.

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