Declarações foram feitas pela presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.
Os progressos que tem havido no acesso das mulheres à participação política nem sempre se refletiram nos lugares de decisão, afirmou esta terça-feira a presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.
"Nas últimas décadas, houve progressos evidentes no acesso das mulheres à participação política, mas esses progressos nem sempre se refletiram nos lugares de liderança e nesses lugares de decisão", disse Helena Teodósio, na abertura da "Mesa-Redonda: Mulheres e Participação Política", que decorreu esta terça-feira em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.
O evento foi organizado pela CIM da Região de Coimbra, no âmbito do projeto europeu FEMACT-Cities, financiado pelo Programa URBACT, e dedicado à discussão e reflexão sobre a presença feminina nos centros de decisão e gestão pública.
Helena Teodósio, também presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, notou que a percentagem de mulheres como autarcas passou de 1,3%, em 1979, para 16% em 2025, salientando que, nas últimas eleições, os Açores registaram a maior proporção de mulheres presidentes, enquanto regiões como Beja e Leiria não elegeram nenhuma mulher para o cargo.
"Na região de Coimbra, os números ajudam a perceber esta realidade. Dos 19 municípios, apenas três são atualmente presididos por mulheres", observou.
Para Helena Teodósio, os números "não são uma crítica", mas "um ponto de partida para a reflexão".
"Ao longo dos últimos 50 anos, muitas mulheres tiveram um papel ativo na vida política local, como vereadoras, deputadas municipais ou responsáveis por pelouros estratégicos, mas a sua presença nos cargos de topo manteve-se limitada. Esta é uma realidade que se foi construindo ao longo do tempo, fruto de contextos sociais, políticos e institucionais que importa compreender", assinalou.
Rosa Monteiro, do Grupo de Ação Local do projeto FEMACT-Cities, defendeu ser "importante mudar os partidos".
"Não tenhamos a menor ilusão. Podemos fazer mil projetos, mil debates, mil discussões. Se os partidos e as suas formas de recrutamento interno e funcionamento interno não se transformarem, nunca conseguiremos o resultado que, no fundo, se calhar, é aquilo que queremos", reiterou.
Apesar de considerar que tem havido uma "evolução positiva" na sequência da lei da paridade, Rosa Monteiro apontou que 2024 foi o ano, em que, por exemplo, para o Parlamento Europeu "houve a menor eleição de mulheres, desde que foi criado".
A nível nacional, Rosa Monteiro notou que houve também "uma redução da participação das mulheres eleitas" e "o panorama não é espetacular".
"Em quase 100 concelhos nestas autárquicas não havia uma única candidata à presidência. A lei é importante, mas existe um fenómeno em torno do qual nós temos de começar a pensar e que na literatura se designa como o paradoxo das cotas", indicou.
Liliana Pimentel, a primeira mulher eleita presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova (distrito de Coimbra), nas últimas autárquicas, admitiu que "não é fácil" e foi "com preocupação" que assumiu as funções.
Eleita por um movimento independente, Liliana Pimentel defendeu ainda que os partidos têm de olhar "para como fazem as escolhas".
"Se é importante as lideranças e o ser presidente de câmara, ou ser uma candidata à câmara, e isso também chama e cria mais empatia no sexo feminino, e eu faço uma questão em jeito de reflexão: pensem quantas mulheres são presidentes de uma federação de uma distrital dos partidos políticos? Não há nenhuma mulher. Acho que isto diz tudo", afirmou.
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