Dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai da estrutura acionista da TAP.
Os acionistas da companhia aérea brasileira Azul, liderada por David Neeleman, reúnem-se esta segunda-feira para votar o acordo de saída da TAP, incluindo a eliminação de direitos de converter obrigações em ações.
De acordo com os documentos publicados no 'site' da Azul, a assembleia-geral extraordinária da empresa irá votar dois pontos, relacionados com a saída da empresa do capital da companhia aérea portuguesa, no âmbito do acordo para a injeção de 1,2 mil milhões de euros na TAP, aprovada pela Comissão Europeia.
Assim, os acionistas da Azul irão votar um aditamento "aos termos e condições anexos ao contrato de subscrição celebrado em 14 de março de 2016 entre a TAP -- Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A. na qualidade de emissora, a Transportes Aéreos Portugueses, S.A. e a companhia, na qualidade de titular, dos 'bonds' [obrigações] da Série A emitidos pela TAP, no valor nominal de 90 milhões de euros, de titularidade da companhia para eliminação do "Conversion Right" inerente aos 'bonds', constante do ponto 8 dos respetivos termos e condições (Conversion of Bonds), bem como de todas as disposições estritamente necessárias para refletir ao longo dos termos e condições dos 'bonds' a circunstância de o "Conversion Right" ter sido eliminado".
Em causa está a possibilidade de a Azul transformar estas obrigações em participação acionista na TAP.
Assim, "entre os direitos garantidos à companhia [Azul] na qualidade de titular dos 'bonds' por meio dos termos e condições, está o direito de, a qualquer momento durante o período de conversão estabelecido, converter os seus Bonds em novas ações da TAP", de acordo com o documento.
A Azul recorda depois que, para a injeção de 1,2 mil milhões de euros, devido ao impacto da covid-19, o Governo português propôs à Azul que fosse eliminado este direito, bem como a participação acionista "indiretamente detida pela companhia na TAP, por meio da Global AzulAir Projects, SGPS, S.A. para a Parpública -- Participações Públicas (SGPS), S.A", lê-se no documento.
Para que o acordo entre a Azul e o Estado português avance, recorda a Azul é preciso ter em conta que "o acionista controlador e presidente do Conselho de Administração da companhia, David Neeleman, indiretamente detém uma participação societária na TAP, cuja venda também está sendo negociada para a Parpública" nas "mesmas condições de negociação das ações detidas indiretamente pela companhia" e que, tendo em conta o objetivo deste processo "a administração entendeu que a aprovação da formalização do acordo depende de aprovação dos acionistas reunidos em Assembleia Geral".
Além disso, alerta a Azul, tendo em conta a legislação que regula o setor, "David Neeleman, ficará impedido de votar sobre esta matéria".
"A administração destaca que todas as demais condições contratuais dos 'bonds' serão mantidas, incluindo o 'status' de credor sénior da companhia, taxa de juros anual de 7,5% e o direito à constituição das garantias previstas nos respetivos termos e condições do contrato, como o programa de fidelidade da TAP", adiantou a proposta da administração da empresa.
"O valor principal mais os juros acumulados do título é de aproximadamente 729 milhões de reais [115 milhões de euros] na data atual", indicou ainda a Azul, cujos administradores acreditam que a recuperação da TAP irá aumentar "a capacidade de pagamento dos 'bonds' em seu vencimento, sendo portanto a melhor maneira de preservar seu interesse económico", de acordo com o documento.
Além disso, "o Comité de Governança e o Conselho de Administração manifestaram-se favoravelmente à alienação [da participação na TAP], que será realizada em condições comutativas e de mercado, tendo como contraprestação financeira o montante total de 10,56 milhões de euros (dez milhões, quinhentos e sessenta mil euros), sendo que o valor por ação da Global AzulAir a ser recebido pela companhia será equivalente ao valor por ação da GlobalAzulAir a ser recebido pelo acionista" David Neeleman, explica a proposta.
A administração acredita que também este ponto deve ser analisado pelos acionistas.
O Governo anunciou em 02 de julho que tinha chegado a acordo com os acionistas privados da TAP, passando a deter 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros.
"De forma a evitar o colapso da empresa, o Governo optou por chegar a acordo por 55 milhões de euros", referiu, nesse dia, o ministro das Finanças, João Leão, em conferência de imprensa conjunta com o ministro Pedro Nuno Santos, em Lisboa.
O Estado aumenta, assim, a participação na TAP dos atuais 50% para 72,5%.
Também presente na conferência de imprensa da altura, o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, precisou que o Estado pagará o montante de 55 milhões de euros, que se destina à renúncia por parte da Atlantic Gateway ao "exercício das opções de saída do acordo parassocial".
O governante esclareceu também que a Atlantic Gateway passa a ser controlada por apenas um dos acionistas que compunha o consórcio, designadamente o português Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro.
O dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai assim da estrutura acionista da TAP.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.