A edição de hoje
Doentes com pouca qualidade de vida porque sofrem de hérnias.
Há doentes há três anos à espera de consultas na especialidade de neurocirurgia, no hospital de Faro, para poderem ser operados a hérnias discais.
Enquanto esperam, as dores impedem os doentes de trabalhar. É o caso de José Soares, de 43 anos, que teve a primeira consulta no Hospital de Faro em janeiro, passados três anos à espera. Uma hérnia discal força-o a estar no desemprego. "Não consigo trabalhar e, para poder andar, tenho de tomar injeções e comprimidos", lamenta o doente.
Na mesma situação está José Manuel, de 76 anos. Já tentou marcar uma consulta para conseguir uma operação no hospital de Faro, mas foi rejeitada. Gastou poupanças num hospital privado, onde lhe disseram que teria de ser operado. Sem dinheiro para fazer a operação no privado, o doente regressou ao hospital de Faro, onde, para sua surpresa, os serviços de neurocirurgia voltaram a rejeitar-lhe a operação. "Não é admissível uma pessoa ser obrigada a ir ao privado", diz revoltado.
Francisco Amaral, médico e autarca de Castro Marim, aponta para a falta de médicos especialistas no Hospital de Faro. "Há inúmeras baixas devido a este problema. O Estado iria ganhar mais dinheiro se resolvesse esta situação, porque os doentes poderiam voltar a trabalhar", alerta o autarca.
Em resposta ao CM, o hospital diz que os doentes estão na lista de espera e assume que, na especialidade de neurocirurgia, são prioritárias as patologias mais graves.
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