Air France-KLM tem ligações para 320 destinos e 90 países e emprega cerca de 78 mil pessoas a nível global, de acordo com dados de 2024.
O presidente executivo da Air France-KLM, Ben Smith, afirmou que uma eventual venda da TAP ao grupo IAG, dono da Iberia e da British Airways, enfrentaria sérias dificuldades políticas em Portugal e regulatórias em Bruxelas.
Durante um encontro com jornalistas em Amesterdão, no qual Ben Smith participou remotamente, disse acreditar que seria "difícil de vender ao público português" a ideia de uma companhia aérea nacional ficar "parcialmente controlada a partir de Madrid", apontando também potenciais obstáculos junto da Comissão Europeia.
"Acredito que seria politicamente complicado explicar aos portugueses que a TAP teria os seus interesses melhor defendidos sob controlo da Iberia. E, do ponto de vista regulatório, também vejo dificuldades adicionais em Bruxelas", afirmou o responsável do grupo que, a par com a Lufthansa e a IAG, dona da Iberia, tem manifestado interesse em entrar na corrida pela TAP.
O responsável destacou que a Air France-KLM seguiria, no caso de aquisição, uma abordagem semelhante à que permitiu preservar a identidade da KLM após a fusão em 2004.
"O nosso compromisso seria manter a marca TAP, proteger os empregos e investir na expansão da rede. Foi isso que fizemos com a KLM e é esse o modelo que aplicaríamos em Portugal", garantiu.
Durante a apresentação, o presidente executivo da Air France-KLM afirmou ainda que a TAP sobreviveu nos últimos anos graças à sua forte rede no Brasil, mas sublinhou que a companhia só será viável a longo prazo se integrar um grande grupo europeu, uma vez que sofreu desvantagens competitivas como membro da Star Aliance - aliança global de companhias aéreas, fundada em 1997, que permite, por exemplo, acumular e resgatar milhas entre os programas de fidelidade dos membros e benefícios como acesso a 'lounges' em aeroportos.
Lembrou que, ao contrário da Lufthansa ou da United, a TAP nunca foi convidada a integrar a 'joint venture' transatlântica, ficando sem acesso a acordos de partilha de receitas e de gestão de preços no mercado norte-americano.
"Foi uma grande desvantagem para a TAP. Enquanto outros membros beneficiavam de contratos conjuntos, a TAP teve de competir isoladamente, o que tornou muito mais difícil a sua sustentabilidade", disse o gestor do grupo que é membro da SkyTeam.
A Air France não antevê qualquer complicação na mudança de aliança da TAP no caso de vir a avançar com uma proposta e vencer a corrida pela privatização de até 44,9% do capital da TAP.
O caderno de encargos prevê também que 5% do capital ficará reservado aos trabalhadores, conforme a Lei das Privatizações, e o futuro comprador terá direito de preferência sobre a fatia não subscrita.
Segundo o CEO, o "principal trunfo" da transportadora portuguesa é a rede no Brasil, onde opera "10 a 11 destinos diretos", fator que a torna atrativa para qualquer grande grupo aéreo. Ainda assim, Ben Smith considera que esse ativo não é suficiente para garantir competitividade no longo prazo.
"Para ter um futuro viável, a TAP precisa de se juntar a um grande grupo e integrar-se plenamente numa estrutura comercial forte", defendeu.
Nesse sentido, o responsável assinalou que a Air France-KLM, que nos últimos cinco anos quintuplicou lucros e melhorou a sua posição internacional, "está em condições de oferecer esse caminho de integração", preservando simultaneamente a marca TAP e os empregos em Portugal, prometendo a decisão sobre se avançam com uma oferta ou não "a curto prazo".
De acordo com o caderno de encargos, as interessadas têm até 22 de novembro para manifestarem interesse.
Fundado em 2004, o grupo Air France-KLM resultou de uma fusão entre as companhias francesa e neerlandesa, mantendo centros de decisão em Paris e Amesterdão.
Atualmente, tem ligações para 320 destinos e 90 países e emprega cerca de 78 mil pessoas a nível global, de acordo com dados de 2024.
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