Este ano, apenas 76.939 alunos realizaram a prova de Português na 1.ª fase, sendo que mais de 18 mil tiveram negativa.
Os estudantes do ensino politécnico pedem o fim da obrigatoriedade de todos os alunos do secundário realizarem o exame nacional de Português, acreditando que esta imposição foi responsável pela redução de candidatos ao ensino superior.
O número de candidatos à 1.º fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) caiu cerca de 15% em relação ao ano passado, não chegando agora aos 50 mil alunos e ficando perto de valores registados há sete anos, em 2018.
A Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) diz-se preocupada com a diminuição de candidatos e acredita que o fenómeno está "fortemente associado a duas causas estruturais": o custo de frequentar o Ensino Superior e a obrigatoriedade de realizar pelo menos três exames nacionais, um dos quais de Português.
Em comunicado enviado para a Lusa, a FNAEESP pede a revogação da obrigatoriedade deste exame, defendendo que deste modo há "uma maior flexibilidade aos candidatos na escolha das provas de ingresso adequadas aos seus perfis e aos cursos que se candidatam".
Os estudantes do ensino politécnico pedem ainda que os exames voltem a ser obrigatórios apenas para quem se quer candidatar ao ensino superior, deixando de ter um peso de 30% na nota interna final do secundário.
Este ano, apenas 76.939 alunos realizaram a prova de Português na 1.º fase, sendo que mais de 18 mil (23%) tiveram negativa, segundo dados do Júri Nacional de Exames (JNE) divulgados no mês passado.
Já o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Francisco Fernandes, discorda da ideia de a redução de candidatos estar associada ao modelo de acesso ao ensino superior.
No entanto, existem pontos em que os dois dirigentes estão de acordo, nomeadamente no que toca aos "elevados custos de frequência do ensino superior.
A ideia também já tinha sido esta terça-feira defendida pelo presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), Gonçalo Osório de Castro.
Em declarações à Lusa, o presidente da AAUL recordou os dados do relatório do Observatório do Alojamento Estudantil que confirmam o aumento do preço dos quartos no mercado de arrendamento a estudantes e mostram que "é muito caro estudar nos grandes centros urbanos".
No início deste verão, o custo médio no país era de 415 euros, sendo Lisboa o distrito mais caro e logo depois o Porto.
"Com preços médios de 400 euros por quarto fazemos com que muitos estudantes nunca o cheguem a ser", alertou por seu turno Francisco Porto Fernandes, que não tem dúvidas de que existem muitos alunos que gostariam de estudar no Porto mas desistem.
Segundo o presidente da FAP, entre 2018 e 2024, houve uma redução de 10% dos jovens deslocados na cidade.
A estes problemas, a FNAEESP acrescenta "a preocupação criada pelas afirmações do Ministro da Educação, que manifestou a intenção de descongelar o valor da propina, lançando um clima de incerteza e receio entre as famílias, que temem não conseguir suportar os custos inerentes à frequência de um estudante no ensino superior".
Este ano, inscreveram-se mais de 160 mil estudantes do 11.º e do 12.º anos para os exames nacionais, mas apenas metade (55%) disse que o objetivo era candidatar-se ao ensino superior.
Na 1.ª fase dos exames nacionais, as nota dos alunos também foram este ano mais baixas: num universo de 25 disciplinas, 15 tiveram piores médias quando comparados com os resultados da 1.º fase do ano passado.
Há cerca de 55 mil vagas no regime geral de acesso ao ensino superior público, às quais se juntam outras 21 mil dos regimes e concursos especiais, como é o caso dos maiores de 23 anos ou mudanças de curso. No privado, existem perto de 25 mil lugares.
Os resultados das colocações serão conhecidos em 24 de agosto, tendo os alunos essa semana para se inscreverem. Entre 25 de agosto e 3 de setembro decorre a candidatura à 2.ª fase do concurso nacional, que habitualmente tem muito menos vagas disponíveis.
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