"A PSP foi muito compreensiva" admitiu Cleuzenir Barbosa, uma das organizadoras do grupo.
Os apoiantes dos candidatos às presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro e Lula da Silva acabaram este domingo a noite juntos, perto das portas da Faculdade de Direito de Lisboa para verem a publicação dos resultados, sob o olhar atento da PSP.
À tarde, porém, os ânimos dos apoiantes do atual Presidente do Brasil exaltaram-se, as bandeiras agitaram-se e a palavra de ordem era "Lula para a prisão".
"A PSP foi muito compreensiva", admitiu Cleuzenir Barbosa, de 50 anos, uma das organizadoras do grupo, em declarações à Lusa hoje à noite, quando já tinham sido afixados a maioria dos resultados das mesas de voto em Lisboa.
"Estava a aguardar pelos resultados finais, porque eu organizei um grupo para que viéssemos e o grupo disse que só iria [embora] depois que viessem aqueles resultados", explicou.
Quanto ao que se passou à tarde, em frente à Faculdade de Direito de Lisboa, onde decorria a votação, considerou que "os gritos de guerra" não foram uma coisa exagerada.
"Eu como líder pedi silêncio e organização e fui ouvida. Aqueles gritos de guerra foram uma coisa que não achei assim exagerado. É um pouco de emoção a mais, mas pronto, no geral correu bem", afirmou.
Quase ao lado dos apoiantes de Bolsonaro, vestidos de preto e com as cores do Brasil, verde e amarelo, no mesmo passeio, mas mais junto à Reitoria da Universidade, estavam os apoiantes de Lula da Silva, vestidos de vermelho, que se mantiveram um pouco mais calmos, tendo alguns respondido às palavras mais agressivas do outro grupo.
"Os policiais só pediram que eles ficassem mais quietos, mais comedidos e eu dei a notícia e ficaram, tanto de um lado como do outro", relatou Cleuzenir Barbosa.
"Ao que tudo indica, o Lula ganhou cá em Portugal", mas - argumentou a apoiante de Bolsonaro - "não é com esquerda que o Brasil vai melhorar", deixando depois a faculdade acompanhada pelos filhos.
Passavam poucos minutos das 20h00 quando o cônsul-geral do Brasil em Lisboa se dirigiu à sala de imprensa para comunicar aos jornalistas que as urnas tinham encerrado sem mais incidentes, não querendo revelar qualquer número.
A votação para as eleições gerais brasileiras em Lisboa foi prolongada até as 20h00 deste domingo por causa da grande afluência às urnas, anunciou o cônsul Wladimir Waller, quando faltava cerca de meia hora para hora prevista do encerramento, 17 horas.
"Com autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o período de votação em Lisboa foi prorrogado até às 20 horas", por causa do número de pessoas ainda na fila para votar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, disse Wladimir Waller aos jornalistas.
A votação para as eleições gerais do Brasil decorria desde as 08h00 e o encerramento das urnas estava previsto para as 17h00 horas.
Porém perto das 16h45, segundo dados divulgados pelo cônsul, havia cerca de quatro mil pessoas na fila para votar.
"Então, em razão do número de eleitores ainda por votar e de modo a trazer uma tranquilidade ao processo todo, o Tribunal, excecionalmente, assim como fez em outros países, autorizou a prorrogação do prazo" para o encerramento das urnas, acrescentou.
Em Lisboa estavam aptos para votar 45.273 eleitores brasileiros.
Admitindo que ainda não tinha números exatos de quantas pessoas tinham votado até aquela hora, em Lisboa, o cônsul-geral em Lisboa adiantou, porém, que tinha a "impressão de que a abstenção será baixa", dada a afluência às urnas. Isto quando "historicamente a abstenção em Portugal é de 30%", frisou.
"Nós tivemos um fluxo constante desde as 08h00 da manhã e a fila nunca parou", sublinhou.
Além de Lisboa, o cônsul explicou que o prolongamento do período de votação também foi autorizado em Dublin, na Irlanda.
Em Portugal, os locais de voto no Porto e em Faro encerraram as portas às 17h00, como previsto, tendo ficado sem votar algumas pessoas que se encontravam fora dos edifícios.
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