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Área marinha protegida no Algarve com 40 novos registos de espécies

Resultados de estudo indicam que ecossistema do recife está saudável e funcional, apesar de ser vulnerável às alterações climáticas.

14 de novembro de 2025 às 18:07

Mais de 40 espécies foram registadas pela primeira vez no Parque Natural Marinho do Recife do Algarve - Pedra do Valado - desde peixes a corais e invertebrados - revelam os primeiros resultados, divulgados esta sexta-feira, de uma campanha científica na área protegida.

"A expedição científica, decorrida entre 02 e 07 de outubro, no Parque Natural Marinho do Recife do Algarve -- Pedra do Valado revelou um ecossistema de riqueza excecional, com 206 espécies identificadas, incluindo mais de 40 novos registos para esta área protegida", refere um comunicado conjunto da Fundação Oceano Azul, do Oceanário de Lisboa e do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve.

Entre as 40 espécies que, não sendo novas para a ciência, foram agora registadas pela primeira vez no recife da Pedra do Valado - com cerca de 156 quilómetros quadrados e situado ao largo da costa dos municípios algarvios de Albufeira, Lagoa e Silves - estão peixes, gorgónias [organismos aparentados com os corais], corais duros e várias espécies de invertebrados.

No total de 206 espécies registadas até agora estão 137 espécies de invertebrados, 41 espécies de peixes, 13 de algas, 12 de aves marinhas e três de cetáceos (mamíferos marinhos).

Além das 40 espécies com primeiro registo, um dos destaques do recife é o banco de rodólitos (algas calcárias), o único conhecido em Portugal Continental, refere o comunicado conjunto, adiantando que o banco de rodólitos é um "habitat de elevada importância ecológica", nomeadamente na retenção de carbono.

Os resultados preliminares divulgados esta sexta-feira indicam, segundo o comunicado, que o ecossistema do recife está saudável e funcional, apesar de ser vulnerável às alterações climáticas.

Os trabalhos científicos revelaram, no entanto, o desaparecimento de pradarias marinhas anteriormente identificadas no recife, "um sinal preocupante" que poderá estar associado à multiplicação da alga invasora asiática 'Rugulopterix okamurae'.

"Os primeiros resultados reforçam a singularidade do ecossistema e importância de monitorizar e proteger o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve - Pedra do Valado", afirmam as instituições no comunicado.

A campanha científica pretendeu recolher dados sobre a biodiversidade do recife para apoiarem o processo de formalização de uma área marinha protegida com monitorização contínua e um plano de gestão eficaz.

O Parque Natural Marinho do Recife do Algarve -- Pedra do Valado é a primeira Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário em Portugal Continental e resultou de um processo que reuniu pescadores, cientistas, autarquias e cidadãos com o objetivo de proteger o oceano.

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