Rede de Escolas de Segunda Oportunidade tenta reverter as histórias de alunos que deixam a escola antes do tempo.
A rede de Escolas de Segunda Oportunidade (E2O) acusou, esta terça-feira, o Ministério da Educação de negar a mobilidade de professores para o ensino de jovens em risco de abandono escolar.
A E2O tenta reverter as histórias de alunos que deixam a escola antes do tempo. O projeto conta com o apoio do Ministério da Educação mas este ano a tutela decidiu impedir a saída de professores para três dessas escolas, disse à Lusa Luís Mesquita, presidente da Rede Nacional das Iniciativas e Escolas de Segunda Oportunidade.
O professor participou na criação e desenvolvimento da escola de Matosinhos, a primeira E2O a surgir em Portugal, há 17 anos. Atualmente há oito escolas que recebem cerca de 200 jovens entre os 15 e os 25 anos e mais de metade consegue terminar o processo educativo com sucesso, segundo números avançados por Luís Mesquita.
Estes alunos são maioritariamente oriundos de famílias desfavorecidas, mas existem outros motivos para deixar de estudar, como "situações relacionadas com saúde mental, depressões, isolamento, bullying e até orientação sexual". Luis Mesquita disse que "são tudo casos em que não se sentem bem nas respostas formativas. São casos de abandonantes e abandonados".
As oito E2O trabalham com professores destacados e, segundo o presidente da rede, é possível ter equipas de jovens docentes mas é essencial ter profissionais com mais experiência, porque "é preciso quase um ano para aprender".
"Tentamos que as equipas sejam uma mescla de professores mais experientes e jovens, mas este ano o Ministério indeferiu muitas mobilidades. São os professores mais experientes que estruturam e enquadram os outros profissionais colocados a cada ano e esta decisão vai colocar em risco a qualidade desta resposta socio-formativa dirigida a jovens em abandono precoce e em risco de exclusão social", acusou.
Luís Mesquita diz que foram recusadas mobilidades de seis professores: dois para a escola de Samora Correia, outros dois para a de Matosinhos, outro para Valongo e o seu caso pessoal que iria manter-se na direção da rede.
Aos 67 anos, Luís Mesquita queria continuar o projeto, mas avisa que se o seu pedido não for autorizado irá aposentar-se deixando a rede de oito escolas - três no Porto, quatro em Lisboa e uma em Tomar - que se preparava para crescer.
"Há cinco iniciativas que estavam prestes a abrir como E2O. É um projeto nos Açores, outro na Amadora, outro em Famalicão, no Carregal do Sal e no Porto", contou à Lusa, explicando serem escolas pequenas com um "trabalho muito desafiante".
A escola de Matosinhos, por exemplo, tem entre 60 a 70 jovens por ano para conseguir fazer um trabalho de proximidade com os alunos "num ambiente familiar".
Para a rede E2O, as recentes decisões do MECI "contrariam e desrespeitam o enquadramento legal e os compromissos protocolados no despacho de 2019" e por isso as escolas já contestaram a decisão, tendo pedido a reavaliação e reversão da decisão.
Luis Mesquita diz que houve outras escolas que obtiveram autorização, como foi o caso da Associação Arco Maior, do Porto, e do Instituto de Apoio à Criança (IAC), de Lisboa, para desempenho de funções na E2O de Lisboa.
A Lusa questionou o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) sobre as acusações da E2O e aguarda resposta.
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