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Associações destacam importância da renaturalização no Dia da Vida Selvagem

Renaturalização consiste em estancar a perda de biodiversidade e reverter essa tendência, aumentando a biodiversidade.

02 de março de 2025 às 08:43

Duas organizações ambientalistas alertaram este domingo para a necessidade de um futuro Plano Nacional de Restauro da Natureza prever a renaturalização como opção válida para restaurar ecossistemas.

A União Europeia aprovou no ano passado a lei do Restauro da Natureza tendo Portugal de apresentar até agosto do próximo ano um plano de restauro.

A propósito do Dia Mundial da Vida Selvagem, que se assinala na segunda-feira, as associações Zero e "Rewilding Portugal" destacam em comunicado a importância da promoção do "rewilding", a renaturalização, que consiste em estancar a perda de biodiversidade e reverter essa tendência, aumentando a biodiversidade.

As duas associações recordam que o regulamento aprovado determina metas e medidas para a recuperação de habitats degradados e o combate à perda de biodiversidade no espaço europeu, "com o objetivo de abranger, conjuntamente, pelo menos 30% das áreas terrestres e das áreas marinhas até 2030 e, até 2050, todos os ecossistemas que necessitam de restauro".

E acrescentam que a "abordagem rewilding" reconhece a capacidade que a natureza tem para regenerar quando lhe é permitido o tempo e o espaço necessários para tal.

"O rewilding coloca o foco em restaurar processos naturais -- como ciclos de nutrientes, ciclos naturais do fogo, predação -- e deixar que estes deem forma às paisagens terrestres e marinhas de forma dinâmica", trabalhando com as comunidades locais, criando economias baseadas na natureza, explicam.

Por isso, justificam as associações, era necessário que se começasse a testar e avaliar um novo modelo de cogestão das Áreas Protegidas, em que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) atue como promotor, avaliador e fiscalizador das ações de conservação da biodiversidade.

Zero e "Rewilding Portugal" citam estudos sobre a forma como espécies podem realizar funções na paisagem que evitam custos de gestão humana, e exemplificam com a cabra-montesa, que só está no parque do Gerês mas devia estar noutras regiões, ou com a reintrodução de castores.

Ao fim de um ano uma colónia de castores poderia fazer intervenções de restauro fluvial "que poupariam às entidades públicas e aos contribuintes valores entre os 240.000 euros e os três milhões de euros".

As associações dizem que em Portugal o Grande Vale do Côa é um exemplo de paisagem que está em processo de renaturalização, um exemplo que poderia ser replicado noutros locais. E o mesmo processo também, acrescentam, deve ser aplicado às áreas marinhas

"Perante o contexto nacional, em que a degradação da qualidade dos habitats e declínio do estatuto de conservação e da abundância de múltiplas espécies continua sem abrandamento visível", o "rewilding traz benefícios claros para recuperar paisagens degradadas e reforçar a qualidade de vida das populações locais, hoje prejudicada pelas políticas públicas", afirmam.

O dia 03 de março foi proclamado pela ONU como Dia Mundial da Vida Selvagem, em 2013, para assinalar a adoção da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES).

A CITES foi aprovada a 03 de março de 1973 e a ONU criou o dia quando dos 40 anos da convenção. Pretende destacar a importância das espécies de animais e plantas selvagens.

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