Presidente da Câmara acreditava que, face aos registos dos últimos 14 dias no concelho "a expectativa era a de que ficasse no atual patamar de confinamento".
A presidente da Câmara de Portimão considerou, esta sexta-feira, "um castigo injusto e incompreensível" as medidas restritivas de confinamento impostas ao município, acusando o Governo de ter faltado às suas responsabilidades no combate à pandemia de Covid-19.
"Face à situação atual em Portimão, o castigo imposto com o retrocesso no confinamento é injusto, incompreensível, inaceitável e revoltante. Não aceito esta medida, estou revoltada", afirmou Isilda Gomes (PS) em conferência de imprensa nos Paços do Concelho de Portimão.
A presidente da autarquia do distrito de Faro disse que foi "apanhada de surpresa" com o retrocesso imposto ao município na quinta-feira pelo Governo, acreditando que face aos registos dos últimos 14 dias no concelho "a expectativa era a de que ficasse no atual patamar de confinamento".
Segundo Isilda Gomes, Portimão tem cumprido com todas as suas obrigações no combate à pandemia, ao contrário do Governo, "que não cumpriu o que tinha de cumprir, na responsabilidade com as forças de segurança e na vacinação".
"Ninguém percebe o atraso na vacinação, não só em Portimão como no Algarve. Como não se percebe que outros concelhos com menores incidências tenham muito mais pessoas vacinadas", reforçou.
Para a autarca, "chegou a altura de o Governo assumir as suas próprias responsabilidades, não deixando à sorte de indicadores injustos a decisão sobre quem avança e quem recua", sublinhou.
Portimão é um dos quatro concelhos do país, a par de Moura, Odemira e Rio Maior, que recuam à primeira fase de desconfinamento segundo o plano apresentado pelo primeiro-ministro, António Costa, na quinta-feira.
Excetuando outros seis concelhos que se mantêm na atual fase de desconfinamento, a generalidade do país avança na segunda-feira para a terceira etapa de desconfinamento.
A presidente da Câmara de Portimão considera que este retrocesso "não faz sentido, porque, afirma, o vírus "não está espalhado pelas ruas de Portimão e os surtos da doença estão identificados, controlados e acompanhados".
Isilda Gomes lembrou que o município efetuou uma operação de testagem em massa e que em 4.187 testes rápidos foram detetados apenas 12 casos positivos, o que a leva a concluir que "a disseminação do vírus não está na comunidade".
A autarca considerou que o primeiro-ministro António Costa "tem tomado medidas difíceis, lesivas da vida das pessoas e das empresas" com base em "informação incompleta e opiniões contrárias de várias pessoas que seguem o que lhes convém".
"Acho que a informação não chega toda ao senhor primeiro-ministro", alegou a presidente do município, acrescentando "ter a noção de que existem" divisões de opinião no seio dos ministros.
A autarca recordou que o município do distrito de Faro tem sido responsável e solidário com o país e com o Serviço Nacional de Saúde no combate à pandemia, e era agora a hora de ver retribuída essa solidariedade.
Para combater a pandemia em Portimão e no Algarve, região turística que contribui com cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), a autarca apresentou um caderno de reivindicações ao Governo que quer ver "implementado imediatamente".
Assim, pede ao Governo reforce a fiscalização, com o aumento de operacionais nas forças e serviços de segurança, das autoridades para as Condições do Trabalho (ACT) e da Segurança Alimentar e Económica (ASAE), e a priorização no reforço com a ativação do Centro Municipal de Vacinação de Portimão.
Sobre a entrada em funcionamento deste centro disponibilizado pelo município desde 03 de março, a autarca disse não entender como é que o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve o mantém fechado, "quando a vacinação dos professores está a ser feita à porta das escolas ou em condições ainda piores".
Entre as reivindicações de Isilda Gomes ao Governo encontram-se "apoios extraordinários para os setores económicos penalizados com o fecho de atividade e o reforço dos profissionais de saúde para o acompanhamento dos casos positivos, pessoas que não têm médico de família.
Pretende também que a variável do número de testes realizados seja acrescentada aos indicadores de decisão do desconfinamento dos concelhos, para que seja valorizada a baixa taxa de positividade sempre que se verifique.
Isilda Gomes afirmou que caso o Governo não assuma as suas responsabilidades e não cumpra o caderno reivindicado pelo município, irá "tirar as devidas ilações e tomar posições".
"Há várias situações a ponderar e não posso dizer mais nada. Estou na luta por Portimão e acredito que o Governo vai cumprir", concluiu.
Portugal avança na segunda-feira para a terceira etapa do desconfinamento com o regresso às aulas presenciais no secundário e superior e a reabertura de lojas, restaurantes e cafés, mas 10 concelhos não acompanham esta nova fase.
Em Portimão e noutros três concelhos volta a ser proibido circular para fora do município, restrição que se aplica diariamente, a partir de segunda-feira e durante os próximos 15 dias, ainda que estejam previstas exceções, como trabalho ou assistência a familiares.
O plano de desconfinamento do Governo prevê quatro fases, duas já implementadas a 15 de março e a 05 de abril, estando a próxima prevista para 19 de abril e a última para 3 de maio.
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