Uma faixa com a inscrição "Mundo a uma só voz: a Ucrânia somos nós" marcava o ponto de encontro.
Manifestantes reunidos em frente à embaixada da Rússia em Lisboa em protesto contra crimes de guerra
Centenas de ucranianos manifestaram-se este domingo perto da embaixada russa em Lisboa contra a ofensiva na Ucrânia, acusando o regime de Moscovo de "genocídio" e "ecocídio" e apelam ao parlamento português que defina que a Rússia "produz terrorismo".
Uma faixa com a inscrição "Mundo a uma só voz: a Ucrânia somos nós" marcava o ponto de encontro, onde pelas 11h00 e durante cerca de uma hora, centenas de pessoas de várias idades concentraram-se a poucos metros da Embaixada da Rússia em Lisboa, apelando ao fim da guerra na Ucrânia e à condenação de Moscovo.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, realçou que o principal objetivo da manifestação foi "mostrar mais uma brutalidade, mais um ato terrorista que a Rússia realizou na Ucrânia, destruindo a barragem de Kakhovka".
"Hoje queremos dizer que este desastre já não é só contra a Ucrânia, contra o povo ucraniano ou contra a natureza ucraniana, porque nós chamamos este ato de terrorismo um ato de ecocídio contra a natureza da Ucrânia. Este já é ato contra a natureza no ambiente natural da Europa", afirmou.
As autoridades ucranianas informaram, no dia 6 de junho, o rebentamento da barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, que provocou a inundação de parte das regiões de Kherson e Mykolaiv.
O colapso da infraestrutura, de que Kiev e Moscovo se culpam mutuamente, "interrompeu gravemente" a principal fonte de água potável da península da Crimeia (território anexado pela Rússia), o Canal do Norte da Crimeia, que recebe água do reservatório de Kakhovka.
Durante a concentração, foi lido "o sexto apelo à Assembleia da República" portuguesa, no qual a Associação de ucranianos em Portugal pede aos parlamentares portugueses para "definir claramente que a Rússia é um Estado que apoia, que fornece e que produz terrorismo".
"O que está a acontecer na Ucrânia, é um genocídio feito pelo Estado russo contra ucranianos", disse Pavlo Sadokha, considerando que "um reconhecimento, uma definição legal, jurídica, de crimes contra a humanidade e contra a natureza, feito pela Rússia, pode ajudar a bloquear a Rússia".
"Isso pode ajudar a fazer mais sanções, juntar mais países que vão apoiar a Ucrânia e o mundo, todos os países que costumam ajudar a Ucrânia, a parar esta guerra", acrescentou.
Uma opinião partilhada por Olga Yakovets, que à Lusa defende que "o último ato de terrorismo que fizerem em Kakhovka é inexplicável e não deixaram salvar as pessoas".
"São terroristas e o mundo todo tem de admitir e tem de fazer alguma coisa, porque somos todos humanos", afirmou.
Entre os vários os manifestantes que empunhavam cartazes - "Russians Stop Putin" ("Russos parem Putin"), "Putin, Haia está à tua espera" ou "Peace for Ukraine" ("Paz para Ucrânia") -, que cantaram o hino da Ucrânia e fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra contava-se também Sofia Kucher, de apenas 17 anos, a viver com os pais, o irmão e a avó em Portugal.
"Estamos aqui [na manifestação] para garantir a paz na nossa terra, para conseguir sair desse estado terrível que está a nossa terra, queremos paz e mais nada. Queremos o nosso território e que nossa nação não morra mais nunca", disse, manifestando apreensão pelo resto da família que se encontra no país em guerra.
À voz de Sofia contra a guerra lançada pela ofensiva russa em 24 de fevereiro de 2022, junta-se a de Olga Berezhna: "Pela primeira vez, eu estou aqui hoje porque eu sou refugiada, primeiro de tudo, e fui forçada a sair do meu lar".
"Estou aqui hoje para mostrar o nosso apoio e protestar contra o genocídio, porque o que a Rússia está a fazer não é só matar as nossas pessoas, só a nossa nação, mas todo o ecossistema. Acredito que este é um problema mundial", salientou, agradecendo ao governo e aos cidadãos portugueses o apoio demonstrado.
Entre os poucos portugueses presentes hoje encontrava-se Manuel Domingos, porque apoia "indefetivelmente e sem qualquer reserva, obviamente, a causa ucraniana".
"Todo o ato de imperialismo russo é, no mínimo, reprovável. É odioso e gratuito e tem um plano por trás que é a ocupação da maior parte possível do território que possam ocupar. Se a Ucrânia se sobra, todos nós estamos em risco, de modo que esta luta deles é a nossa luta", afirmou.
É por isso que Nataliya Barchuk acredita que "todas as manifestações desde o início da guerra são importantes", pelo que a atual situação "não pode" ficar esquecida.
"Existem regras, existem normas, mas nós sabemos, quem viveu na antiga União Soviética, nós já sabemos que a Rússia não cumpre nada", disse, acrescentando que "a propaganda russa, infelizmente, é muito forte e potente e, infelizmente, há muita gente que acredita".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.