Pandemia favoreceu as burlas online e o comprometimento de sistemas próprios do trabalho remoto.
A guerra na Ucrânia fez emergir "novos fatores de ameaça", como ciberespionagem e 'phishing' dirigido a pessoas específicas e com tendência para afetar a administração pública e operadores de serviços essenciais, alertou esta quinta-feira o Centro Nacional de Cibersegurança.
"A mitigação progressiva da pandemia e o surgimento de uma guerra na Ucrânia fizeram emergir novos fatores de ameaça", lê-se na quarta edição do relatório sobre a cibersegurança em Portugal esta quinta-feira divulgado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).
O documento, que estudou as atitudes, comportamentos, sensibilização e educação relativamente à cibersegurança em Portugal, precisa que a pandemia favoreceu as burlas online, o comprometimento de sistemas próprios do trabalho remoto e o 'phishing' especialmente ligado à banca, aos transportes e logística e à captura de credenciais de e-mail.
"Com o emergir da guerra na Ucrânia, já em 2022, surge com um reforço na sua relevância a ciberespionagem, o comprometimento de cadeias de fornecimento, o DDoS [negação de serviço] e o 'phishing' dirigido a pessoas específicas, entre outros, com tendência para afetar a administração pública e os operadores de serviços essenciais", salienta o relatório que incide em particular sobre 2021, mas também apresenta dados e leituras relativas a 2022.
O CNCS destaca que, em ambos os cenários, "algumas ameaças são constantes, como o 'ransomware', por exemplo", tendo persistido no ano passado como "ameaças importantes o phishing/smishing/vishing, o ransomware, a fraude/burla online, o comprometimento de contas e a exploração de vulnerabilidades".
A quarta edição do relatório sobre o tema Sociedade, do Observatório de Cibersegurança do CNCS concluiu que se verificou em 2021 uma tendência, que já se fazia sentir em 2020, de aumento dos usos da internet e de alguns serviços críticos para a cibersegurança, como o e-mail, o telefone e videochamadas online, as mensagens instantâneas, o banco online e as compras online.
"Ameaças muito frequentes como o 'phishing, o vishing, o smishing', o comprometimento de contas e a burla online utilizam estes serviços como superfícies de ataque. Uma maior utilização destas plataformas significa uma maior exposição aos riscos, logo, uma maior necessidade de cuidados", refere, dando conta que o termo cibersegurança passou a ser mais pesquisado online em Portugal a partir de 2020, comparando com 2019, verificando-se uma ligeira descida em 2021 e um aumento significativo no primeiro semestre de 2022.
O CNCS justifica estes aumentos em 2020 e no primeiro semestre deste ano com a pandemia e ataques "muito relevantes a organizações portuguesas".
O relatório sublinha também que se verificou "uma tendência positiva no que se refere ao conhecimento e práticas relativos à gestão dos dados pessoais online por parte dos indivíduos", existindo "ainda uma discrepância entre perceção e realidade relativamente às compras online".
De acordo com o CNCS, a ideia de que a segurança e a privacidade são problemas "é muito maior entre os indivíduos que percecionam uma barreira às compras online, ao ponto de não as realizarem, comparando com os problemas de fraude efetivamente identificados entre os que fazem esse tipo de compras".
O documento dá também conta que as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas reconhecem mais que sofrem cibercrimes e revelam mais preocupações quanto aos riscos de os virem a sofrer do que a média da União Europeia (UE), mas também reportam mais os incidentes às autoridades do que a média da UE.
"No âmbito da administração pública, são notórias algumas tendências negativas: existem menos estratégias para a segurança de informação definidas e uma maior necessidade de reforço das competências em segurança das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Mais positivos são os dados que mostram aumentos na aplicação de medidas de segurança das TIC e na disponibilização de recomendações de boas práticas nestes organismos", frisa.
O relatório salienta igualmente que são poucas as PME portuguesas que realizam ações de sensibilização aos seus funcionários no âmbito da cibersegurança, enquanto na administração pública são efetuadas com maior frequência, mas sobretudo de forma voluntária, sendo poucas as obrigatórias, apesar da percentagem deste tipo de ações estar a aumentar na administração pública.
O CNCS indica ainda que está a registar-se um crescimento no número de cursos superiores de cibersegurança e segurança de informação, nomeadamente cursos de Técnico Superior Profissional (TESP), e também de alunos inscritos, mas, por outro lado, verifica-se um decréscimo no número de alunos diplomados.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.