Carlos Cortes ressalvou que atualizar não significa necessariamente rever em baixa o rácio de médicos necessários nestes serviços.
Os colégios de especialidade da Ordem dos Médicos têm até dezembro para apresentar propostas de revisão dos rácios das equipas de urgência, num processo de atualização do regulamento que, segundo o bastonário, está desajustado da realidade nacional e internacional.
O Público noticia esta sexta-feira que o bastonário da OM, Carlos Cortes, pediu na quinta-feira aos colégios de especialidade para reverem o regulamento que define a constituição das equipas médicas nos serviços de urgência que deverá estar terminado no início do próximo ano.
Carlos Cortes ressalvou, contudo, que atualizar não significa necessariamente rever em baixa o rácio de médicos necessários nestes serviços.
Em declarações à agência Lusa, o bastonário explicou que se trata de "uma recomendação técnico-científica da Ordem dos Médicos para garantir a qualidade e a segurança de todos de doentes, utentes, equipas e de médicos também".
Segundo o bastonário, a decisão de atualizar o regulamento já foi tomada "há algum tempo e só não foi ainda concretizada porque houve um processo eleitoral por via da revisão do estatuto da Ordem dos Médicos que impôs eleições antecipadas", que decorreram no final de maio.
Carlos Cortes referiu que o último regulamento foi publicado em 2022 e que, já naquela altura, houve alguns colégios que pediram a sua atualização, dado tratar-se de "um processo demorado", que levou cerca de um ou dois anos.
Para o bastonário, "é mais do que razoável" que, passados três anos desde a sua publicação oficial, "os procedimentos sejam revistos à luz" das recomendações internacionais, da atualização técnico-científica, e da estrutura do país, que mudou nos últimos anos: "Já não temos hospitais, temos ULS".
"Não é um processo político, não é um processo de gestão, esse é do Ministério da Saúde. Agora, naquela que é a autonomia técnica da Ordem dos Médicos, entendemos que era muito importante desenvolver este processo, iniciar o processo, até porque é um processo longo", vincou.
Destacou ainda que é um documento transversal ao setor público, privado e social: "Não é um documento para o SNS, é uma recomendação global para todas as entidades que prestam cuidados de saúde em contexto da urgência".
Questionado se esta revisão terá impacto no funcionamento das urgências, nomeadamente de Ginecologia e Obstetrícia, que têm sofrido constrangimentos e encerramentos devido à falta de médicos, afirmou ter "plena noção da importância deste regulamento e do impacto que tem diretamente nos cuidados de saúde" e na população.
"Tenho perfeitamente esta noção. E a Ordem dos Médicos assumirá a sua responsabilidade sempre neste prisma absolutamente irrevogável e intocável da qualidade técnico-científica da autonomia, da independência, da Ordem dos Médicos", frisou.
Carlos Cortes disse que nos últimos anos tem havido "uma vontade muitas vezes política de interferir com as decisões técnicas da Ordem dos Médicos", mas garantiu que não será o caso desta revisão, "que é uma análise exclusivamente técnica, exclusivamente da Ordem dos Médicos".
"Não é um documento estático, não é um documento imutável", disse o bastonário, explicando que é preciso incorporar nele a atualização técnico-científica e as condições da prestação de cuidados de saúde em contexto de urgência e emergência em Portugal.
Carlos Cortes explicou que o processo vai ter uma primeira fase, uma fase de trabalho nos colégios, que pediu que fosse concluída até dezembro. Depois há uma segunda fase, de trabalho jurídico, dentro da OM.
Segue-se a fase de discussão pública do documento, e, finalmente, a fase de aprovação na Assembleia de Representantes da OM, e por último o envio para o Ministério da Saúde para poder ser publicado.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.