Mikaela Övén explica como se deve ensinar às crianças conceito de consentimento.
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"O Rodrigo está com a fralda suja. A auxiliar da creche quer mudar a fralda, mas o Rodrigo foge. A senhora está com pouca paciência e tem receio que o rabinho do Rodrigo fique assado. Pega nele à força e, com o Rodrigo a espernear, muda-lhe a fralda." É assim que começa a crónica de Mikaela Övén para as Capazes, na qual sugere várias formas de ensinar às crianças o que é o consentimento e como os pais devem ter cuidado com as suas pequenas atitudes relativamente às crianças que poderão levá-las, no futuro, a respeitar o direito dos outros de escolher fazer algo ou não.
Övén oferece vários exemplos negativos sobre parentalidade e como os pais, na sua opinião, por vezes cometem erros no ensino do comportamento às crianças, defendendo que os primeiros não devem obrigá-las a comer a sopa quando não querem e tentarem forçá-las, "enfiando-lhe uma colher de sopa à força", constrangendo- as a vestir um casaco quando não dizem não ter frio ou coagi-las a dar um beijo a alguém conhecido quando a criança não o quer fazer, recorrendo a argumentos como "senão ela fica triste".
Para a cronista, os pais, bem-intencionados ou não, desrespeitam os " limites pessoais e os "nãos" das nossas crianças. Estamos constantemente a passar a mensagem de que um "não" de alguém numa posição mais "fraca" não é necessariamente um "não" e vale o que vale…".
Estes exemplos, defende, não são directamente comparáveis com abusos sexuais, "mas a verdade é que a forma como reagimos como adultos nas situações 'pequenas' determina como as nossas crianças vão reagir nas situações 'grandes'. Não há volta a dar: o consentimento, a capacidade de dizer 'não' e o respeito pelo 'não' é ensinado nas pequenas interacções do dia-a-dia entre crianças e adultos", afirma.
De forma a ensinar o consentimento às crianças, Mikaela Övén recomenda cinco passos: o consentimento através da linguagem não-verbal, dando o exemplo de quando se troca uma fralda a um bebé e sendo por isso necessário usar a usar a sequência "pergunta – ouve (observa) – respeita". "Posso mudar a tua fralda?" é uma questão que a cronista assevera que deve ser feita antes de realizar o acto, fazendo "uma breve pausa, observando a linguagem não-verbal do bebé, para depois prosseguir para a mudança da fralda. Ou não." "Pode parecer estranho para alguns, mas o treino e a prática é reveladora. Se estivermos bem atentos, vamos perceber que o bebé está constantemente a comunicar connosco, e às vezes pode ser necessário ficar assim a conversar mais um pouco antes de proceder à mudança da fralda.", diz, assegurando que se deve recorrer ao mesmo processo quando se deseja cumprimentar uma criança.
O segundo passo é prestar muita atenção "a um eventual desconforto relacionado com o toque físico e o desconforto emocional". Segundo a própria, deve-se parar logo que se note que há um desconforto. O terceiro fica na mesma linha, devendo-se não forçar as crianças a ter contacto físico com pessoas que não querem, incluindo dar um beijo na avó, por exemplo.
Nos últimos passos, Övén afirma que os pais devem avaliar se quando uma criança diz "não" ou "pára" está a fazê-lo por motivos justificados ou não, e que a vontade da criança é respeitada. "Só porque a criança disse que queria brincar com um amigo, se mudar de ideias, não vamos obrigá-la a continuar a brincadeira. Principalmente se ela demonstra desconforto", lê-se no texto.
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