No Dia Mundial do Não Fumador, ouvimos dois especialistas que explicam como ultrapassar a vontade de pegar num cigarro e como combater os sintomas da abstinência.
Há quem deixe de fumar de um dia para o outro e há quem demore um longo período para conseguir desistir do vício. No Dia Mundial do Não Fumador, ouvimos dois especialistas que explicam como ultrapassar a vontade de pegar num cigarro e como combater os sintomas da abstinência.
Em Portugal, estima-se que mais de 13 mil e 500 pessoas tenham morrido em 2019 devido a doenças relacionadas com o tabaco, de acordo com as últimas estatísticas feitas pelo Instituto para a Métrica e Avaliação da Saúde. Deixar de fumar é um passo fundamental para melhorar a saúde e qualidade de vida, mas o processo está longe de ser fácil. Em 2019, cerca de 21,4% dos fumadores que se inscreveram em programas de cessação tabágica conseguiram concluir o processo.
Dinheiro e saúde entre as motivações
O dinheiro e a saúde estão entre as principais motivações de quem decide deixar de fumar.
"Se a pessoa quer deixar de fumar porque pretende juntar dinheiro temos de agarrar essa motivação e recordar quanto é que vai poupar por ano. Se a principal motivação é a saúde, vamos recordar que o paciente não tem de ter só receio do cancro do pulmão, visto que o cigarro se associa a uma série de outras doenças respiratórias", explica Susana Varela, especialista em pneumologia e medicina do sono.
A nicotina tem várias substâncias que demoram até pelo menos oito semanas a sair do organismo e por isso é importante que o processo de cessação tabágica seja acompanhado por profissionais que avaliem o estado físico e psicológico e que este processo dure pelo menos dois meses. Quem o diz é Carlos Robalo Cordeiro, especialista em pneumologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que salienta os sintomas da abstinência do tabaco em quem se propõe a deixar o vício.
"A pessoa fica sem aquilo que sente ou que pensa ser um apoio, uma companhia, uma forma de escapar, de ter um refúgio", explica Robalo Cordeiro. O médico salienta que um dos efeitos positivos mais imediatos no paciente é a sensação de "uma qualidade de vida acrescida" e de "um acordar diferente, com menos cansaço". Por outro lado, a privação da nicotina pode despertar um humor depressivo, a vontade desesperada de voltar a fumar, irritabilidade, ansiedade e perturbação no sono.
Os dois médicos dão 7 dicas para ultrapassar os sintomas físicos e psicológicos da abstinência:
#1 Fazer exercício físico
Segundo os especialistas, este é o primeiro ponto e o mais importante porque contribui para o bem-estar físico e psicológico de qualquer pessoa. A prática de exercício promove a
recomendar exercício
#2 Desmontar rotinas
Desvincular-se de hábitos que lembram o consumo de tabaco é essencial, quer seja deixar de frequentar sítios onde habitualmente fumava ou diminuir o consumo de cafeína e álcool. "Muitas vezes, as pessoas têm uma muleta em relação ao ato de fumar. Basta, por exemplo, reduzir o número de cafés que acabam por deixar de o associar ao tabaco", especifica Susana Varela.
#3 Pensar no motivo que o levou a deixar de fumar
Ter sempre em mente o motivo que fez querer deixar de fumar é fundamental, porque ajuda a manter o foco.
#4 Eliminar de perto de si todos os produtos ou elementos relacionados com o tabaco
A especialista Susana Varela destaca a importância de complicar a vida ao fumador: "Por exemplo, não pode estar a trabalhar na secretária com um cigarro e um cinzeiro ao lado. É necessário colocar esses elementos o mais longe possível". A médica dá ainda exemplos como deixar todos os objetos relacionados com o ato de fumar dentro do carro, para que se o fumador se sentir tentado, seja mais difícil chegar ir buscar um cigarro.
#5 Ter uma rotina saudável
Com todas as emoções que a privação do tabaco provoca em que está a deixar de fumar, o mais apetecível pode ser ficar em casa o dia inteiro. Susana Varela alerta, ainda, para o número significativo de pessoas que continuam em teletrabalho:
#6 Garantir medidas de higiene do sono
O médico Carlos Robalo Cordeiro destaca que entre os sintomas mais comuns no início do processo de cessação tabágica estão as insónias. Para combatê-las, é importante evitar o álcool, café e exposição à luz no período da noite, assim como ter refeições ligeiras e evitar que estas sejam feitas muito próximas da hora de ir dormir. Regular o horário de dormir e acordar também é fundamental para uma boa higiene do sono.
#7 Ter uma alimentação equilibrada
Quando se deixa de fumar existe tendência para o aumento de peso. "Quando a pessoa fuma há substâncias que se libertam e que inibem o apetite. E quando a pessoa deixa de fumar substitui o vício de boca por substâncias açucaradas ou come exageradamente", explica Carlos Robalo Cordeiro. Por isso, é importante não descurar a alimentação, em especial no início do processo.
Otimista sobre o número de pessoas que abandonam este vicío, o médico Carlos Robalo Cordeiro refere que fumar está a tornar-se um "hábito pouco aceite" e que com a nova lei haverá uma redução significativa da exposição ao tabaco.
Recorde-se que a proposta do Governo equipara o tabaco tradicional ao aquecido, condiciona a venda em máquinas automáticas e interdita o fumo ao ar livre junto de escolas, faculdades ou hospitais.
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