Há gesto específico para o fator R(t), mas poucos dos deficientes auditivos mais velhos saberão o que é.
Portadores de deficiência auditiva, sobretudo os mais velhos e isolados, sentem dificuldade em entender as traduções em Língua Gestual Portuguesa emitidas na televisão, de acordo com algumas das principais associações de surdos do País. Ou seja, não percebem grande parte da informação que lhes é transmitida pelos gestos.
Marta Teixeira, tradutora-intérprete de língua gestual, explicou ao CM que as razões são várias e acentuaram-se nos últimos anos. “A língua gestual portuguesa evolui, tal como a língua comum para os ouvintes. Novos contextos implicam novos gestos, como o vocabulário ligado à internet, por exemplo. Ou como acontece agora quando se fala do fator R(t).
Criou-se um gesto para o fator R(t) e tentamos explicar o conceito às pessoas, dizendo que é o fator indicativo do índice de transmissibilidade, mas nem sempre há tempo para fazer essa contextualização”, esclarece.
Segundo Marta Teixeira, “a velocidade cada vez maior da comunicação” aumenta ainda mais a dificuldade de compreensão da mensagem que é transmitida.
São, sobretudo, “os surdos que vivem mais isolados e os mais idosos” que sentem o problema. “Porque não convivem com o resto da comunidade, comunicam pouco e vão perdendo o contacto tanto com a língua como com os novos gestos”, afirma Marta Teixeira.
O presidente da Associação de Surdos da Linha de Cascais, Carlos Martins, confirma que existe “muitos idosos surdos” que acabam por ficar de fora da informação essencial.
“Não tanto porque a língua gestual tenha mudado, mas porque o próprio isolamento fez com que deixassem de conseguir acompanhar ”, diz Carlos Martins.
Opinião partilhada pela Associação Cultural de Surdos da Amadora: “Os mais novos usam inclusivamente mais palavras estrangeiras, têm uma maior ligação à comunidade internacional e, por vezes, vão adotando gestos que não são compreensíveis pelos mais velhos.”
ERC impõe obrigações até ao final deste ano
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) prorrogou, até dia 31 de dezembro deste ano, a vigência do plano plurianual que define as obrigações que RTP1, RTP2, RTP3, RTP Açores, RTP Madeira, SIC, TVI, CMTV, Porto Canal, SIC Notícias e TVI24 devem respeitar em matéria de acessibilidade dos programas por pessoas com necessidades especiais, nomeadamente legendagem, interpretação por meio de Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição. De acordo com as últimas avaliações do regulador, estas obrigações têm, genericamente, sido cumpridas.
O CM questionou a ERC sobre se tem conhecimento das dificuldades sentidas por esta comunidade e se considera que as atuais obrigações a servem, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.
Solidão na velhice é difícil de contornar
O avançar da idade é um problema complexo na surdez. A maioria não quer ir para um lar, onde não tem ninguém para comunicar.
Deficiência auditiva atinge 84 mil
De acordo com dados constantes no portal de estatísticas Pordata, existem cerca de 84 mil portugueses com deficiência auditiva.
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