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Diocese de Setúbal perdeu mais de 10 mil fiéis nas missas nas últimas décadas

Faixas etárias mais jovens representam apenas um quarto do total. D. Américo critica "mapa paroquial" desatualizado.

01 de dezembro de 2024 às 17:01

A Diocese de Setúbal perdeu mais de dez mil fiéis nas missas nos últimos 24 anos, segundo um estudo divulgado no sábado e citado pela Agência Ecclesia.

A descida no número de pessoas a frequentar a Eucaristia foi mais acentuada nos últimos dez anos, nos quais a diocese sadina perdeu sete mil crentes.

Os dados constam do estudo da Comissão técnica da Comissão do Novo Mapa Diocesano, que detalha: "[de] 34 mil e 960 pessoas, em 2001, passou-se para 24 mil 142 participações, em 2024, uma queda significativa de cerca de 31%”.

Segundo os resultados do "Censo da Prática Dominical", realizado entre 18 e 19 de maio, a maioria dos crentes tem mais de 70 anos (26% do total, o que corresponde a 6316 pessoas). Segue-se a faixa etária entre os 55 e os 69 anos, a segunda mais representada. As duas faixas etárias juntas correspondem a quase metade do total de fiéis (46%).

Em sentido contrário, os mais jovens são os que estão menos presentes entre os fiéis. A faixa etária entre os 6 e os 14 representa 16%; os jovens entre os 15 e os 24 apenas 9%. 

Há que pensar como podemos cativar a população mais jovem e também cativar a população que lá vai. Estamos a falar aqui de população de 40 e 50 anos, que também é importante reter
Nélia Vicente, da comissão técnica

Em declarações à Agência Ecclesia

O padre Francisco Mendes, coordenador da Comissão Diocesana para o Estudo, Reflexão e Proposta de um Novo Mapa Territorial das Paróquias e Vigararias de Setúbal, defendeu que é preciso "pensar fora da caixa" para atrair os fiéis que não estão "nos mesmos lugares de antes".

Reação de D. Américo Aguiar

O cardeal e bispo de Setúbal D. Américo Aguiar refletiu que é essencial conhecer a realidade para conseguir resultados diferentes. O sacerdote explicou ainda que o "mapa paroquial", "em alguns casos 'pentasecular'", está a "matar a missão da Igreja", e não corresponde à mobilidade urbana atual.

Ouvido também pela Agência Ecclesia, D. Américo enalteceu os "padres heróis" que fazem "o que podem e o que não podem". O bispo de Setúbal quer que os resultados dos estudos sirvam para tomar decisões que contribuam para aproximar a Igreja dos crentes.

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