A edição de hoje
Programa criado há um ano para evitar deslocações ainda não chega aos utentes.
Milhares de doentes crónicos continuam a não ter acesso, na sua zona de residência, a fármacos essenciais, estando obrigados, muitas vezes, a percorrer centenas de quilómetros para os obter em farmácias hospitalares, de acordo com o Jornal de Notícias.
O regime de dispensa em proximidade permite levantar os medicamentos em farmácias comunitárias ou centros de saúde, mas, um ano após ter sido criado, permanece com dificuldades em chegar ao terreno.
Quando o programa arrancou, em janeiro, acumulavam-se problemas técnicos, sobretudo informáticos, que não foram ultrapassados. Dos 150 mil doentes elegíveis, pouco mais de 600 beneficiam do regime.
Em entrevista ao Jornal de Notícias, Jaime Melancia, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, defende que o programa continua bloqueado pela "inércia" das unidades locais de saúde, que não integram os sistemas nem priorizam o processo.
A situação afeta pessoas que dependem de medicamentos biológicos, uma vez que estes reduzem inflamações, evitam deformações articulares, melhoram a função pulmonar, travam crises autoimunes e, em muitos casos, permitem uma vida "normal".
No entender do presidente da Plataforma, o importante é acelerar o regime de dispensa em proximidade para evitar idas desnecessárias dos utentes aos hospitais. Apenas onze unidades locais de saúde e um instituto de oncologia aderiram ao regime, desde o início do ano.
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