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"Este atraso não me descansa, nem descansa o Governo”: Ministra nega relação entre morte de utente e greve no INEM

Ana Paula Martins reconheceu que "o circuito de informação dos anúncios de greve não funcionou bem" e declarou que "tal não se voltará a repetir".

22 de julho de 2025 às 20:08
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'Este atraso não me descansa, nem descansa o Governo”: Ministra nega relação entre morte de utente e greve no INEM

A Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou que o "mau funcionamento" no INEM "não se voltará a repetir", numa declaração feita esta segunda-feira após novos dados sobre as mortes relacionadas com atrasos no  Instituto Nacional de Emergência Médica. Ana Paula Martins negou, contudo, a relação entre o caso mais recente da morte de um utente e a greve no INEM. 

Começando por lamentar a situação, Ana Paula Martins abordou os relatórios do IGAS sobre os casos de atraso no socorro, explicando que o Ministério da Saúde solicitou o documento completo referente ao último caso noticiado, nomeadamente o de um homem de 86 anos que sofreu um enfarte e cujo relatório concluiu que poderia ter sobrevivido se socorro fosse imediato. "Este atraso não me descansa, nem descansa o governo", afirmou a ministra. Contudo, "o relatório diz que o quadro clínico inviabiliza uma estabelecimento causal entre um atraso nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes e a morte da vítima", explicou. 

A ministra da Saúde afirmou saber que "o circuito de informação dos anúncios de greve não funcionou bem" e adiantou que o Governo está a trabalhar para que se agilize o serviço. "Tirar consequências políticas de situações semelhantes às passadas significa resolver os problemas e não atirar a toalha ao chão", concluiu a ministra. 

A inspeção-geral da saúde já concluiu as investigações a seis das 12 mortes registadas durante greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar no outono de 2024 e em duas delas associou os óbitos ao atraso no socorro.

Em 26 de junho, quando foi conhecido o primeiro relatório, que concluiu que a morte de um homem em novembro de 2024 poderia ter sido evitada se tivesse sido socorrido num tempo mínimo e razoável, a ministra da Saúde recusou demitir-se, rejeitando também nesta altura qualquer ligação entre a morte e a paralisação dos técnicos do INEM.

No início de novembro de 2024, as greves dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM às horas extraordinárias e da função pública resultaram em atrasos na resposta de socorro e colocaram em evidência a falta de recursos humanos no instituto.

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