Investigação revela que Encélado está a emitir muito mais calor do que seria esperado se fosse simplesmente um corpo passivo.
Encélado, lua de Saturno que tem um oceano salgado sob a crosta gelada, está a perder calor nos polos, o que indica que possui a estabilidade de longo prazo necessária para o desenvolvimento de vida, sugere um estudo.
O estudo, divulgado esta sexta-feira na publicação científica de acesso aberto Science Advances, revela que Encélado está a emitir muito mais calor do que seria esperado se fosse simplesmente um corpo passivo, reforçando a hipótese de que poderia suportar vida tal como se conhece, refere em comunicado a Universidade de Oxford, no Reino Unido, que participou na investigação.
Anteriormente pensava-se que a perda de calor ocorria no polo sul da lua, onde jatos de vapor de água irrompem de fissuras profundas da superfície, mas o novo estudo fornece o primeiro indício de fluxo de calor significativo no polo norte, que se pensava ser geologicamente inativo.
Segundo os cientistas, a presença de água líquida, calor e determinados elementos químicos, como fósforo e hidrocarbonetos complexos, significa que o oceano sob a superfície de Encélado pode ser um dos melhores locais no Sistema Solar para a vida ter evoluído fora da Terra.
Contudo, para poder suportar vida, este oceano tem que ter um ambiente estável, com as suas perdas e ganhos de energia em equilíbrio, que é mantido pelo calor gerado pelas marés a que o oceano está sujeito: a gravidade de Saturno distende e comprime Encélado enquanto a lua orbita o planeta, gerando calor no interior de Encélado.
Se a lua não acumular energia suficiente, a atividade na superfície diminuirá ou cessará, e o oceano poderá eventualmente congelar. Por outro lado, demasiada energia poderá provocar um aumento da atividade no oceano, alterando o seu ambiente, explica o comunicado da universidade britânica.
A partir da análise de dados transmitidos pela sonda espacial Cassini, que esteve 13 anos em órbita de Saturno, entre 2004 e 2017, os autores do estudo esta sexta-feira divulgado compararam as observações da região polar norte no inverno rigoroso (2005) e no verão (2015).
Os dados foram posteriormente utilizados para medir a quantidade de energia que Encélado perde do seu oceano (0ºC) à medida que o calor viaja através da camada de gelo até à superfície (-223ºC) e depois é projetado para o espaço.
Quando combinada com o calor previamente estimado que escapa do polo sul ativo de Encélado, a perda total de calor da lua sobe para 54 gigawatts, "um valor que corresponde de perto à entrada de calor prevista pelas forças de maré".
"Este equilíbrio entre a produção e a perda de calor sugere fortemente que o oceano de Encélado pode permanecer líquido durante escalas de tempo geológico, oferecendo um ambiente estável onde a vida poderia potencialmente surgir", sublinha a Universidade de Oxford.
O próximo passo da investigação será determinar se o oceano de Encélado existe há tempo suficiente para que a vida se desenvolva (neste momento, a sua idade ainda é incerta).
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