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Falta de verbas deixa em risco o apoio a doentes

Dia Mundial da Ajuda Humanitária assinala-se na quarta-feira.

16 de agosto de 2015 às 13:48

Receber um diagnóstico de cancro é sentir fugir o chão dos pés. Muitos doentes consideram a doença como um castigo divino. Em muitos casos, o desespero toma conta da pessoa, que necessita de apoio psicológico, bem como a família. A União Humanitária dos Doentes com Cancro presta apoio aos doentes e a familiares, mas as dificuldades económicas colocam em risco a continuação do auxílio.

O alerta é dado ao CM em vésperas do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, que se assinala na quarta-feira.

"Nestes últimos anos, já prestamos apoio, especialmente psicológico, a centenas de doentes e a familiares próximos", afirmou ao CM Cláudia Costa, psicóloga.

A associação, que funciona em instalações cedidas pela Câmara de Lisboa, tem despesas e não recebe subsídios do Estado, por ser uma instituição particular de solidariedade social (IPSS). A associação recebe donativos que, devido à crise económica, têm vindo a diminuir. Não chegam para "suportar o défice de cerca de 20 mil euros", sublinha a responsável.

Cláudia Costa refere que a associação presta apoio psicológico ao doente oncológico na associação, em hospitais e no domicílio, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida, para o doente "enfrentar melhor" as dificuldades. A associação disponibiliza uma linha telefónica para os casos do cancro da mama e estabeleceu um protocolo com uma clínica dentária, em Lisboa, que dá gratuitamente consultas de estomatologia e tratamentos a doentes enviados pela associação. Os acordos com empresas permitem uma redução do preço das próteses mamárias e capilares.

"Percebi o que tinha e lutei"

Raquelinda Filipe sobreviveu a um cancro da mama, diagnosticado em 2002. Passados 13 anos, já fez sete intervenções cirúrgicas e luta de novo contra a doença – agora localizada no fígado e na tiroide. Lutar e sorrir foi o que moveu Raquelinda neste combate desigual. Começou a desconfiar com os desmaios e o cansaço incomum, fez apalpação e alertou a médica de família, que lhe disse que não era nada. Fez exames e o diagnóstico surgiu. "Quero saber o que tenho, quero lutar, e já lá vão 13 anos. Percebi o que tinha e lutei. Um vendaval de emoções e coisas desagradáveis, que agora consigo superar mas que na altura foi difícil", conta. Raquelinda sentiu-se sozinha e revoltada, procurou ajuda e encontrou-a na União Humanitária dos Doentes com Cancro. "Foram uns anjos, graças a eles sobrevivi." 

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