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"Em 2025 a TAP estará em condições de começar a devolver" dinheiro ao Estado, afirma Ministro das Infraestruturas

Crise pandémica precipitou a degradação da companhia aérea.

11 de dezembro de 2020 às 12:25

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos apresentou esta sexta-feira, o plano de reestruturação da TAP, garantindo que "é fundamental para salvarmos a companhia".

Pedro Nuno Santos afirma que a injeção de liquidez de 1,2 milhões de euros "não estava em causa a empresa ficaria privada ou pública". Quando a TAP, com a crise pandémica precipitou a degradação muito acentuada, nesse momento o sócio privado do Estado não tinha disponibilidade para pôr dinheiro na companhia". 

O ministro das Infraestruturas garante que se o Estado não investisse na companhia aérea esta iria falir. 

"Nós pagámos ao sócio privado para ele ir embora. Não só foi poupado a injetar dinheiro na companhia como o Estado pagou 50 milhões de euros para ele ir embora, acrescenta Pedro Nuno Santos. Segundo o ministro David Neeleman pediu 224 milhões de euros mas o Estado acabou por pagar apenas 50 milhões. 

O acionista David Neeleman perdeu 169 milhões de euros quando saiu da TAP, garantiu o ministro das Infraestruturas e Habitação. David Neeleman "tinha direito a prestações acessórias de 224 milhões de euros" ou seja, "no momento em que o Estado se tornasse maioritário, o privado ia pedir 224 milhões de euros", disse o governante. "O Estado não ia aceitar, ia disputar", indicou, salientando que a solução mais aceitável foi pagar 55 milhões de euros ao acionista.

A TAP não poderia ter recorrido a nenhum outro regime e não poderia porque foi considerada pela Comissão Europeia uma empresa em dificuldades já em 2019. A empresa apresentava uma dívida  de 300 milhões de euros em dívida em 2019.

O Plano de Reestruturação surge uma vez que o setor da aviação é o mais atingido em todo o mundo com a pandemia da Covid-19.  Está previsto que a TAP termine o ano de 2020 com 28% dos passageiros de 2019, isto significa quebras superiores a 70%.

A companhia aérea portuguesa tem um conjunto de deficiências que a tornam menos competitiva que os seus mais diretos concorrentes. O ministro das Infraestruturas ressalva que a TAP não compete com companhias lowcost.

Aquilo que está pressuposto no plano de restruturação é o que é necessário fazer para que a companhia seja viável a longo prazo.

O modelo da restruturação da TAP é mais cobnservador que o da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) para termos "mais confiança" sobre possíveis riscos no futuro.

Ministro das Infraestruturas prevê perdas acumuladas de receitas até 2025 de 6.7 mil milhões de euros. A TAP tem um conjunto de características que a tornam menos competitiva.

O governo quer reduzir o número de aviões de 108 para 88 devido ao elevado custo laboral da empresa. Pedro Nuno Santos explica que "custos laborais por piloto subiram 37%". Estes 88 aviões, numa fase inicial não vão voar todas as horas que poderiam voar num só dia, isto dá-nos espaço para ajuste de picos de procura durante o ano. A partir dos 88 aviões vamos perceber o número de trabalhadores necessários", acrescenta. 

Neste sentido o ministro das Infraestruturas afirma que "foram identificados dois mil trabalhadores que não são necessários para a operação q vamos ter entre 2021 e 2022" e, portanto, vai haver um corte salarial progressivo de 25%, o que permite poupar entre 600 e mil postos de trabalho. "A suspensão dos acordos de empresa é fundamental para reduzir a massa salarial e isto permite à companhia continuar a subsistir", diz.

O Governo garante que as medidas no Plano de Reestruturação vão permitir poupança de 1.4 mil milhões de euros até 2025. Neste sentido foi apresentado ao sindicato algumas medidas como licenças sem vencimento, mútuo acordo, reformas antecipadas e contratos em part-time.

A TAP contribuiu com 2,6 mil milhões para as exportações do país.

Pedro Nuno Santos avisa que no pior cenário em 2023 a TAP deixa de gastar com a operação mais do que aquilo que recebe, até 2024 companhia precisará entre 3414 e 3725 milhões de euros e em 2025 estará em condições de devolver o que recebeu ao Estado português.

"Companhia tem que ser sustentável durante um período relativamente longo" - é análise feita para todas as companhia - n apanhei quem era este senhor

Miguel Cruz, secretário de estado do tesouro, avança que "a companhia tem que ser sustentável durante um período relativamente longo". Há a "expectativa de que em 2025 a procura esteja parecida com pico de procura de 2019", acima de três mil milhões da TAP.

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