Epidemia vai alastrar a todo o País até quarta-feira. Farmácias alertam para surto de intensidade alta.
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O surto de gripe vai alastrar a todo o País até à próxima quarta-feira, indica a mais recente previsão do ‘Despertador das Farmácias’, a que o CM teve acesso. O barómetro da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que permite antecipar a atividade gripal tendo por base os dados da dispensa de medicamentos, revela que, numa altura em que a intensidade do surto se vai ainda agravar, as farmácias nacionais registam já atividade igual à atingida durante o pico do ano passado.
"Como a atividade da gripe ainda deverá continuar a aumentar, podemos dizer que o surto que atravessamos é pelo menos tão severo quanto o anterior", explicou António Teixeira Rodrigues, diretor do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde. Na Madeira, no distrito de Faro - em que Aljezur é exceção –, assim como no concelho de Almodôvar, no distrito de Beja, o surto gripal atinge o grau 4 (alto), numa escala de 5, nos próximos dias.
No restante território a intensidade vai subir ao grau 3 (moderado). "Alcançámos o nível de atividade epidémica correspondente ao pico da gripe da temporada do ano passado", afirmou o responsável. Ainda que não existam dados referentes à monitorização do surto desde 22 de dezembro - o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe só é divulgado esta sexta-feira -, as unidades de saúde refletem já o agravamento denunciado pelas farmácias.
No hospital Amadora-Sintra "há uma maior afluência", enquanto no Santa Maria, em Lisboa, "tem-se verificado nos últimos dias o normal aumento da afluência", assumem. Vários hospitais do Grande Porto e Aveiro reforçaram o número de camas. Já no CHUC (Coimbra), foram atendidos entre domingo e esta quinta-feira 607 utentes, e no hospital de Tomar o tempo de espera para os doentes com pulseira amarela cifrava-se esta quinta-feira em duas horas e meia. A vacina para a gripe protege para duas estirpes do subtipo A e duas estirpes do subtipo B do vírus.
Viseu faz protesto para denunciar "a vergonha"
As Urgências do hospital de Viseu continuam um caos não só devido ao surto de gripe de agora mas porque o espaço não tem "as mínimas condições" para assistir minimamente a quantidade de utentes que ali se deslocam diariamente que, em média, se cifra em 450 pessoas.
O CM sabe que tendo em conta a falta de respostas da tutela, está em preparação uma manifestação promovida por vários organismos ligados ao setor e que será liderada pela Liga de Amigos e Voluntariado do Hospital de Viseu. Em princípio prevista para o último sábado deste mês, vai ser pedida a presença massiva da população, de forma a exigir ao Governo uma intervenção de fundo e mais investimento no hospital.
Os graves problemas das Urgências do Hospital de São Teotónio, quase sempre numa situação de rutura, já são antigos. As obras de ampliação do espaço já andam para ser feitas há cinco anos mas foram sendo adiadas por falta de verbas. Em 2017 foram adjudicadas mas a autorização do Governo para fazer a despesa demorou tanto tempo que a empresa de construção civil desistiu.
As queixas dos utentes são diárias, bem como as dos profissionais que ali trabalham. "Estas Urgências são próprias de um país pobre do terceiro mundo. São uma vergonha, limitadas e indignas para todos", desabafa ao CM um médico.
Ambulância para crianças parada durante 24 horas
A ambulância do INEM para transporte inter-hospitalar pediátrico que presta serviço no Algarve esteve inoperacional, durante 24 horas, devido à falta de médicos. A paragem forçada ocorreu entre as 8h00 do dia 31 de dezembro e as 8h00 do dia 1 de janeiro. Nesse período, uma ambulância de Lisboa viajou até Faro para transportar um recém-nascido. Já outra criança, com problemas cardíacos, foi transportada numa ambulância, sem médico, para Lisboa.
Retoma no hospital do litoral alentejano
O atendimento a crianças no hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, voltou esta quinta-feira a funcionar, depois de uma interrupção de 48 horas por "falta de médicos na Passagem de Ano", segundo Luís Matias, administrador hospitalar.
Conselho aos doentes é não ir aos hospitais
"A gripe causa febre e dores no corpo. Estas exigem tratamento sintomático, que pode ser gerido por cuidados de saúde primários. Não é necessário ir a um hospital central por ter gripe", indica a diretora da Urgência do Hospital de S. João.
Urgência do São João recebe 600 doentes
A Urgência do S. João, Porto, teve picos de afluência no dia 26 (quase 600 adultos) e no dia 30 (518). "Temos os internamentos preparados para receber mais doentes, o que está a acontecer. Há um dia ou outro mais difícil, mas dentro da normalidade", diz Cristina Marujo, diretora do serviço.
DEPOIMENTOS
Nelci Pereira, Hospital de São João, Porto
"Vim ao Hospital de S. João porque estou preocupada"
"No sábado já tinha sintomas. Fui à farmácia e comprei medicamentos mas, depois de passar o ano em casa do meu filho, piorei. Tenho febre e muita expetoração. Vim ao Hospital de S. João porque estou preocupada."
Andreia Cunha, Hospitais da Universidade Coimbra
"Deveriam ter mais médicos neste picos gripais"
"Quando entrei (dia 1) estava menos gente. Hoje (quinta-feira) está mais confusão, com os tempos de espera a irem para lá das duas horas. Os médicos têm estado a atender, mas deveriam ser mais nestes picos gripais."
Natália Lima, Hospital Amadora-Sintra
"Fiquei mais de meia hora a chamar por ajuda"
"Entrei nas Urgências no dia 31, perto da meia-noite. Sou epilética, tive um ataque e fiquei internada três dias. Cheguei a ficar mais de meia hora a chamar por ajuda. São precisos mais médicos e enfermeiros."
João Santos, Hospital Amadora-Sintra
"Ficámos mais de duas horas à espera"
"Só havia um auxiliar para levar as pessoas para os andares superiores e ficámos mais de duas horas à espera. Havia muita gente, mais de 50 pessoas. O rapaz estava sozinho. São poucos para tanta gente."
Dália Santos, Hospital Amadora-sintra
"Médicos e enfermeiros não podiam fazer mais"
"O meu marido ficou internado no Amadora-Sintra ainda antes do Natal, no dia 23. Estava muita gente nas Urgências. E eles, médicos e enfermeiros, não podiam fazer mais do que estavam a fazer."
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