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Há 27 medidas para descongestionar a VCI do Porto, avança grupo de trabalho

Projeto tem intuito de evitar o pagamento noutras vias, nomeadamente a A41 e a A4.

09 de abril de 2021 às 23:24

A eliminação de pórticos na A4 e a introdução de outros dissuasores no acesso à Via de Cintura Interna (VCI) do Porto constam de um conjunto de 27 medidas apresentadas esta sexta-feira pelo grupo de trabalho criado para estudar o descongestionamento desta via.

Os resultados foram apresentados esta tarde na Maia, numa reunião entre autarcas e responsáveis municipais e em que também participou o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, revela a Câmara do Porto, numa nota na sua página oficial.

No estudo sobre a VCI, recentemente concluído, foram identificadas 27 medidas distribuídas por três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias da infraestrutura e gestão da Infraestrutura.

No que respeita à gestão de portagens, o grupo de trabalho propõe "a eliminação de pórticos na A4, por forma a inibir o recurso à VCI como via de passagem e atravessamento", revelou o porta-voz do grupo, Manuel Paulo Teixeira, diretor municipal da Mobilidade e Transportes da Câmara do Porto.

Segundo o responsável, o grupo acredita que, desta forma, criam-se novas alternativas à circulação automóvel, que "complementadas com a introdução de pórticos dissuasores no acesso à VCI através da A3 e da A28 irão permitir uma redução de tráfego, nomeadamente do tráfego de pesados nesta via", lê-se na nota.

No leque de medidas apresentadas, inclui-se a análise de cenários de alteração de portagens para desincentivar o uso abusivo da VCI, com o intuito de evitar o pagamento noutras vias, nomeadamente a A41 e a A4.

Estão igualmente identificadas melhorias de sinalização de orientação em vários pontos, inclusive melhorias das pinturas e inscrições de segregação de vias na aproximação e saídas dos nós.

De acordo com o município do Porto, o relatório do grupo de trabalho propõe, também, a instalação de painéis eletrónicos informativos de mensagem variável; o reforço de pórticos eletrónicos de informação e controlo de velocidade; a partilha de informação entre centros de comando e a partilha de dados de contagem de veículos e de acidentes.

No rol de medidas consta ainda o reforço da assistência à via em caso de acidente ou avaria; a criação de passagens de emergência e zonas de inversão para veículos de assistência e socorro; e a definição de planos integrados de desvio de tráfego em caso de emergência.

Das 27 medidas apresentadas, o documento indica que cerca de 16 são referentes a intervenções para melhoria das infraestruturas no curto e médio prazo, cujo valor estimado de investimento ronda os 1,5 milhões de euros, a suportar pela IP - Infraestruturas de Portugal e pelo Município do Porto.

Numa terceira fase serão ainda alvo de melhorias substantivas os nós de Francos e Paranhos, para os quais a autarquia portuense e IP comprometem-se a desenvolver um projeto conjunto.

A criação deste grupo de trabalho foi anunciada em setembro pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, dias depois de a Câmara do Porto e a Assembleia Municipal do Porto terem aprovado uma moção para proibir o tráfego de veículos pesados de mercadorias na VCI, ficando estes veículos isentos do pagamento de portagens na A41, também designada por Circular Regional Externa do Porto (CREP).

À data, o governante, em declarações aos jornalistas no final da reunião com os autarcas do Porto e Maia, disse não ter a certeza de que a isenção de portagens na CREP seja a solução para o congestionamento da VCI, adiantando que está a ser estudada uma intervenção em pórticos da A4.

Segundo os dados mais recentes, citados esta sexta-feira pela Câmara do Porto, a carga de tráfego na VCI é cerca de sete vezes superior à da CREP: aproximadamente 112.000 veículos/dia versus 17.000 veículos/dia).

Em 2017, o estudo da FEUP sobre as condições de circulação na VCI estimava que cerca de 40 mil viagens, que representam cerca de 29 mil veículos, utilizavam-na como via de atravessamento, concentrando-se nos períodos de ponta da manhã e da tarde por se tratar de viagens pendulares casa-trabalho e casa-escola.

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