Enfermeiro Jacinto Oliveira disse que, na gestão da pandemia, foi essencial "o planeamento proativo que se foi capaz de fazer".
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Um responsável pelo gabinete de crise do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) considera que o planeamento e a disponibilidade dos profissionais de saúde foram fatores essenciais no combate à pandemia da covid-19.
Em declarações à agência Lusa, o enfermeiro Jacinto Oliveira disse que, na gestão da pandemia, foi essencial "o planeamento proativo que se foi capaz de fazer", para que os Hospitais de Coimbra não fossem colocados à prova "sem se ter um dispositivo preparado para responder".
"Saliento dois aspetos que são muito importantes no meu ponto de vista: a humildade de termos presente que estávamos perante uma situação incerta que a todo o momento se alterava, em que foi preciso aprender sistematicamente com as novas variáveis que eram introduzidas no processo e, por outro lado, a generosidade que os profissionais demonstraram, que é de enaltecer".
Jacinto Oliveira realça que os profissionais "souberam responder aos enormes desafios que a montagem de um dispositivo completamente novo obriga e estiveram sempre disponíveis para se envolverem a cada novo nível e empenharem-se em cada novo serviço".
Este enfermeiro, que teve a responsabilidade de elaborar o Plano de Contingência, não esquece que os profissionais de saúde "estiveram sempre presentes" e destaca a sua colaboração no "planeamento atempado, rigoroso e inteligente".
"De facto, quando os profissionais são chamados em situação limite a responder, estão sempre presentes. Sem profissionais de saúde resilientes, a resposta não teria sido certamente tão eficaz", sublinha o enfermeiro, para quem "uma vez mais ficou provada a resiliência do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Nem tudo foram "rosas" e o gabinete de crise também passou por momentos críticos, sobretudo com a escassez de equipamentos de proteção individual.
Segundo Jacinto Oliveira, houve momentos em que os equipamentos de proteção individual "não abundaram e, nessa altura, de facto, viveram-se situações complexas".
Mas, salienta, "em nenhum momento" a proteção individual esteve em causa, embora com criticas relativamente à tipologia de alguns dispositivos, num momento em que o mercado não conseguia responder às encomendas.
O transporte de doentes entre o polo principal e o Hospital dos Covões e a falta de ventiladores para todas as camas reservadas para os doentes constituíram, de acordo com Jacinto Oliveira, fatores críticos que foram solucionados.
"Reconvertemos ventiladores que já se encontravam fora de uso e rapidamente também conseguimos que as 34 camas [em cuidados intensivos] tivessem o número de ventiladores adequados para responder caso fosse necessário", frisou.
O presidente do conselho de administração do CHUC também destaca a entrega dos profissionais de saúde no combate à pandemia da covid-19, que, até à data, provocou cerca de 70 mortes naquela unidade.
Segundo Fernando Regateiro, com os profissionais "foi possível, com a prontidão com que sempre responderam, montar respostas antecipadas e planeadas nos mais diversos patamares da sua diferenciação e áreas, que depois dão esta sensação de naturalidade com que o CHUC responde a uma situação de pandemia, de uma exigência, de um rigor e com momentos críticos bastantes difíceis".
"Na verdade, foi notável a sua prontidão, disponibilidade, capacidade e abnegação para esta resposta [à pandemia]", sublinhou à agência Lusa.
Apesar do número de infetados estar a baixar, com apenas sete doentes testados como positivos entre 12 e 21 de maio, o presidente do CHUC apela à população para que "não baixe a guarda".
No início do mês, entre os dias 06 e 12, não se registaram pessoas infetadas em cerca de 240 testes efetuados, o que para Fernando Regateiro "mostra que as regras e os cuidados adotados pela população protegem".
Na resposta à pandemia, o CHUC adaptou a urgência e o bloco central do Hospital dos Covões (Hospital Geral) para tratamento da covid-19, alargando também o horário para atendimento 24 horas.
Naquela unidade, situada na margem esquerda do rio Mondego, o CHUC construiu uma resposta de 34 camas em cuidados intensivos, quando só existiam 10, mas "felizmente não foi preciso utilizar a expansão, pois nunca se ultrapassou os 10 doentes ao mesmo tempo".
Além daquelas 34 camas de cuidados intensivos, os HUC tinham de reserva mais 15.
A resposta à covid-19 não se esgotou no Hospital dos Covões e também contava com o serviço de doenças infecciosas dos HUC, que tem 22 camas, cinco delas com pressão negativa em quartos individuais.
A administração procedeu ainda a uma alteração na urgência dos HUC, com a mudança da urgência cirúrgica e a localização nessa área da resposta a doentes com patologias pulmonares ou queixas respiratórias, mantendo, com zonas tampão, em funcionamento a urgência geral.
Logo no início de março, foi instalado no Hospital Pediátrico um laboratório especificamente dedicado a testes da covid-19.
Aquela unidade foi também preparada com a criação de uma sala na urgência com pressão negativa, a adaptação de uma sala operatória com pressão negativa e alocados espaços e quartos de isolamento para covid-19, e os circuitos internos desenhados.
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