Documento identifica como "desafios críticos" a precariedade contratual, a ausência de progressão nas carreiras, os "níveis alarmantes" de 'stress' e 'burnout' e a emigração.
Os jovens profissionais de saúde propõem, num plano a entregar ao Governo, a reformulação de carreiras e grelhas salariais e mais incentivos para fixação em zonas carenciadas, com majoração salarial de pelo menos 40% nos primeiros cinco anos.
No plano a entregar esta segunda-feira à ministra da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso, a Plataforma de Jovens Profissionais de Saúde, que agrega nove entidades, sugere ainda a criação de programas de prevenção do 'burnout' e de promoção do bem-estar laboral e a instalação de um projeto-piloto de organização de "horários mais sustentáveis".
O documento identifica como "desafios críticos" a precariedade contratual, a ausência de progressão nas carreiras, os "níveis alarmantes" de 'stress' e 'burnout' e a emigração crescente de profissionais qualificados.
A plataforma relembra que, segundo os dados do Barómetro que elaborou, apenas 10% dos jovens se dizem satisfeitos com as suas condições de trabalho e mais de 60% referem que os seus horários não permitem uma articulação aceitável entre vida pessoal e profissional.
Solicita ainda ao Governo que avance progressivamente com as medidas propostas entre 2025 e 2028, com a criação de uma estrutura técnica de acompanhamento e um painel público de indicadores de monitorização.
"Os jovens profissionais de saúde continuam a entrar no sistema com uma forte vocação e sentido de missão, mas rapidamente se deparam com um cenário de desvalorização e instabilidade. Não podemos continuar a formar talento para exportar ou esgotar", explica Lucas Chambel, representante da plataforma.
O documento está organizado em cinco eixos de intervenção: carreiras, remuneração e condições contratuais; planeamento estratégico e gestão de recursos humanos; formação contínua e desenvolvimento profissional; bem-estar, saúde mental e conciliação da vida pessoal-profissional e transdisciplinaridade, inovação e participação.
Nas diversas propostas que vão apresentar à ministra da Saúde está a revisão dos estatutos da carreira e instrumentos de avaliação e a criação de uma base transversal de regulamentação para as carreiras da área da saúde, com previsão no Orçamento do Estado de 2027 de verbas específicas para a atualização remuneratória dos escalões revistos.
Defendem igualmente a criação de uma grelha remuneratória multidisciplinar para profissionais em início de carreira, de forma a ter um "referencial comum" de base salarial ajustado ao nível de qualificação e complexidade técnica e aplicável a todas as profissões de saúde com formação superior, com mecanismos de valorização por experiência e diferenciação.
Para que a grelha salarial base seja definida até final de 2026 defendem a constituição de uma comissão interministerial (Saúde, Finanças, Administração Pública). Defendem ainda a revisão legislativa dos decretos-lei que regulam as carreiras especiais da saúde, alargando a sua aplicação a categorias atualmente desprotegidas.
Para eliminar a precariedade contratual de forma progressiva pedem a substituição, num horizonte de cinco anos, de avenças e recibos verdes por contratos laborais "estáveis e protegidos, preferencialmente contratos por tempo indeterminado, respeitando a natureza jurídica de cada entidade. Quando tal não seja possível, que sejam substituídos por contratos a termo certo "com garantias reforçadas de estabilidade e progressão".
Outra das sugestões é a criação de carreiras específicas para profissões de saúde ainda não integradas nos regimes de carreira da administração pública, enquadradas, referindo, como exemplo, os médicos dentistas, nutricionistas, psicólogos, médicos veterinários, fisioterapeutas e terapeutas da fala.
Pedem ainda quotas de acesso a funções de coordenação técnica e científica para profissionais jovens e a criação de um regime especial de incentivo à fixação jovem em regiões prioritárias, sugerindo o lançamento de um programa nacional - "Viver e Trabalhar no Interior" - com majoração salarial de pelo menos 40% durante os primeiros cinco anos de colocação.
Na área da formação, sugerem a criação de um mecanismo de incentivo financeiro às instituições de saúde pela promoção da formação e uma majoração fiscal, em sede de IRS, das despesas individuais e coletivas com formação.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.