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Linha SNS 24 diz que não houve constrangimentos nas chamadas na altura em que grávida perdeu bebé

Em causa está caso de grávida do Barreiro teve de ser transportada para Cascais, perdendo o bebé no percurso.

04 de julho de 2025 às 15:06

A entidade que gere a linha SNS 24 assegurou esta sexta-feira que não houve constrangimentos no atendimento de chamadas na quarta e na quinta-feira, quando uma grávida do Barreiro teve de ser transportada para Cascais, perdendo o bebé no percurso.

"Não há registo de qualquer constrangimento na Linha SNS 24 nos dias 02 e 03 de julho. O tempo máximo de espera para atendimento de utentes grávidas situou-se, entre as 23h00 do dia 02 de julho e as 02h00 do dia 03 de julho, nos 73 segundos", adiantaram à Lusa os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Na quinta-feira, a RTP noticiou que uma grávida de 31 semanas em situação de risco perdeu o bebé depois de ter sido encaminhada para um hospital a mais de uma hora de distância da zona de residência.

Segundo a estação pública, a mulher do Barreiro "terá ligado para a linha de Saúde 24 sem sucesso", numa altura em que todas as urgências de obstetrícia da margem sul estavam fechadas, tendo depois sido transportada para o Hospital de Cascais.

Na resposta à Lusa, os SPMS adiantaram que, após ter sido auditado o sistema da linha SNS 24, registam-se duas chamadas do número de telefone indicado pela utente, a primeira para a opção "Linha SNS Grávida" às 01h20, que foi desligada após 41 segundos de espera.

A segunda chamada, na qual foi acionada a opção "Problemas Respiratórios", foi realizada à 01h23 e desligada à 01h28, referiu a mesma fonte.

Os SPMS avançaram ainda que a linha SNS 24 atendeu depois, às 01h30 de quinta-feira, a referida utente, através de uma chamada transferida pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM.

"A linha SNS 24 realizou triagem de acordo com o algoritmo em vigor, aprovado pela Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, tendo resultado no encaminhamento para o serviço de urgência obstétrica", referiu a mesma fonte.

Segundo os SPMS, de acordo com a matriz de referenciação, o serviço de urgência obstétrica que cobria a localização da utente - concelho do Barreiro - no momento do contacto telefónico, era na Unidade Local de Saúde Santa Maria.

"A utente foi, por isso, referenciada para o Hospital Santa Maria", assegurou.

Depois disso, a grávida voltou a contactar o INEM às 01h47, que acionou os meios necessários, tendo sido transferida para Cascais.

O Ministério da Saúde negou esta sexta-feira que tenha sido recusada assistência à grávida, assegurando que a utente foi acompanhada por um médico do INEM durante o trajeto entre o Barreiro e Hospital de Cascais.

"Em todos os momentos foi garantido o acesso aos cuidados de saúde, concluindo-se que a resposta prestada à utente quer pela Linha grávida do SNS, quer pelo INEM foi congruente com os protocolos de referenciação e de acesso em vigor", assegura o ministério em comunicado.

Este foi o segundo caso em poucos dias de uma grávida que perdeu o bebé, depois de procurar uma resposta de urgência.

A outra situação refere-se a uma mulher que foi atendida em cinco unidades hospitalares do SNS em 13 dias, referindo queixas de dores, tendo o parto sido realizado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, em Lisboa, em 22 junho, onde, "pouco tempo depois, a recém-nascida morreu".

Em comunicado, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) explicou que em todos os hospitais onde foi observada, a grávida "terá sido avaliada de forma atempada por profissionais de saúde qualificados, submetida aos exames e avaliações considerados necessários, tendo recebido as orientações consideradas adequadas".

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