Segundo o barómetro, o número de internamentos sociais caiu 45% face a fevereiro de 2020.
Mais de 25 mil doentes que estavam internados em hospitais públicos foram colocados em unidades de cuidados continuados desde o início da pandemia, disse hoje à Lusa a coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).
"A RNCCI alargou a sua oferta e foi possível internar mais 25.300 doentes entre março de 2020 e março de 2021", disse Purificação Gandra, que falava à Lusa a propósito do Barómetro de Internamentos Sociais, divulgado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
Segundo o barómetro, que reporta dados recolhidos em 17 de março junto de 43 hospitais públicos, o número de internamentos sociais caiu 45% face a fevereiro de 2020, mas as 853 camas ocupadas sem justificação clínica representavam um custo superior a 16 milhões de euros e deviam-se sobretudo à falta de vagas em instituições sociais.
Purificação Gandra considerou que o barómetro tem "muito valor" e ajuda a compreender "muitas coisas", mas observou que a medição utilizada "é exatamente a mesma" que tem acontecido ao longo dos anos quando havia situações diferentes à vivida na pandemia.
"Tivemos mesmo que ter estratégias e medidas diferentes para ajudar a combater a pandemia e para libertar camas hospitalares e, portanto, todos nós sabemos a dificuldade que foi de internamentos que o país viveu e temos que ter isso em conta", declarou.
"Estamos muito contentes pelos resultados" porque houve "um esforço muito grande de todas as equipas" da saúde e da Segurança Social para tentar "ao máximo obter respostas para estes doentes", adiantou.
Atualmente, a RNCCI tem uma capacidade de cerca de 9.400 camas, o que significa que quase triplicou a sua rotação com os 25.300 internamento.
"Foi um esforço muito grande que permitiu ter respostas a nível das camas para internar doentes covid-19, mas passando agora a fase aguda da pandemia, que felizmente está neste momento com algum controle a nível de internamentos hospitalares, não podemos manter esta prioridade de colocação dos doentes dos hospitais porque temos também doentes nos domicílios à espera de uma resposta de continuidade de cuidados e uma vaga em cuidados continuados e temos que defender e cuidar dos doentes", salientou.
Por isso, tem que se fazer "um equilíbrio" de colocações do hospital e dos cuidados domiciliários.
Também assinalou a diminuição para menos de metade do tempo de espera para colocação na rede, que passou de entre 78 e 80 dias para uma média de entre 30 e 33 dias.
Sobre os 853 doentes que ainda aguardam resposta nos hospitais, reconheceu que é um número "elevado", mas observou que em 2020 eram cerca de 1.500.
Atualmente, há cerca de 300 doentes a aguardar colocação em lares e há 48 doentes nos hospitais públicos a aguardar uma vaga de saúde mental.
Purificação Gandra ressalvou que estes números não podem ser olhados de "forma isolada" porque há fatores que têm de ser considerados, como casos que aguardam decisão do tribunal, doentes que precisam de um tutor ou que estão indocumentados e não podem transitar para nenhuma unidade enquanto o processo for resolvido.
Há ainda cerca de 400 doentes internados em todos o país que aguardam vaga na RNCCI e que serão colocados à medida que vão existindo vagas.
Na quarta-feira foi autorizado o alargamento da RNCCI em mais 363 camas na rede geral e 198 na área da saúde mental, disse Purificação Gandra, avançado ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência prevê a criação de mais 5.500 camas.
"No fim deste programa temos a cobertura total do país em cuidados continuados", realçou.
Contudo, disse, o que se pretende é que "as pessoas fiquem em casa" junto da família e possam ter uma oferta de cuidados domiciliários correspondente às suas necessidades.
"Estamos a trabalhar nesse sentido e neste projeto de maneira também a que estes indicadores da APAH (...) vão continuando a melhorar", rematou.
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