"O Papa emérito queria uma cerimónia muito simples, e não um grande funeral de Estado", disse o Presidente da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu este sábado ir ao funeral do papa emérito Bento XVI, na quinta-feira, em Roma, se for alargado a mais chefes de Estado, aguardando a posição da Santa Sé.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas num hotel de Brasília, onde se encontra para representar o Estado português na posse de Lula da Silva como Presidente do Brasil, no domingo.
Interrogado se tenciona ir a Roma para o funeral de Bento XVI, que morreu este sábado, aos 95 anos, o Presidente da República respondeu que "o papa emérito queria uma cerimónia muito simples, e não um grande funeral de Estado".
À partida, serão convidados os chefes de Estado da Alemanha, porque Joseph Ratzinger era alemão, e da Itália, pela relação da Santa Sé com a República Italiana, referiu.
Segundo o Presidente da República, "quanto aos demais chefes de Estado e em geral às representações está ainda a ver-se exatamente qual é a forma de compatibilizar a vontade do papa emérito com o desejo de alguns de chefes de Estado ou de alguns países de se fazer representar ao nível mais elevado".
Marcelo Rebelo de Sousa disse que vai apurar a posição de outros chefes de Estado sobre este assunto, incluindo Felipe VI, de Espanha, e que aguarda "qual é sobretudo a posição da Santa Sé".
"A minha posição é muito simples: se houver um alargamento do critério no sentido de outros chefes de Estado, nomeadamente alguns que nos são próximos, se deslocarem a Roma, eu irei a Roma, mas não tomarei nenhuma iniciativa sem ver exatamente o que resulta das diligências em curso", acrescentou.
Nascido em Marktl am Inn, na Alemanha, em 1927, Ratzinger foi o primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da sua linha mais dogmática.
Bento XVI resignou ao pontificado por motivos de saúde em 11 de fevereiro de 2013, a dois meses de comemorar oito anos no cargo.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que já transmitiu ao papa Francisco as condolências do Estado português pela morte do seu antecessor, Bento XVI, que descreveu como "um filósofo, um teólogo, um pensador, um intelectual, um homem da doutrina" que teve um pontifício "de transição entre duas épocas".
Joseph Ratzinger foi "muito próximo" de João Paulo II e depois como papa emérito acompanhou "à distância" o seu sucessor, mencionou.
Segundo o Presidente da República, "o diálogo entre a fé e a cultura, a fé e a ciência foi talvez a faceta mais criativa do seu curto, muito breve pontificado", entre 2005 a 2013.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou a visita de Bento XVI a Portugal, em 2010, como "uma visita excecional, diversa do padrão normal daquilo que foi o seu pontificado", e destacou o seu "encontro com o mundo da cultura", com a presença do cineasta português Manoel de Oliveira.
"Foi muito tocante para quem assistiu a esse momento o que era fundamental para o papa e era fundamental para o mundo da cultura, quer o católico, quer o não católico: procurar pontes de diálogo num mundo em transição entre a fé e a razão", considerou.
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