Cinco associações ambientalistas exigiram a revisão urgente da Lei da Caça para "travar novos crimes contra a natureza", depois do "massacre" de 540 veados, gamos e javalis, nos dias 17 e 18, na Herdade da Torre Bela, Azambuja.
As associações admitem que neste episódio foi violada a Lei da Caça, mas apontam "problemas graves" na atual legislação. Apelam por isso ao ministro do Ambiente para que "concretize rapidamente não só a sua decisão de rever a Lei da Caça, mas também de solucionar todos os problemas paralelos, como a quase inexistência de fiscalização". O comunicado conjunto é assinado pela Associação Natureza Portugal, WWF, Liga para a Proteção da Natureza, Quercus e Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
As associações avisam que "a lei não explicita sequer quantos animais podem ser mortos por cada caçador numa montaria".
Apontam também "outros problemas graves" da legislação, como a permissão de caçar espécies ameaçadas, como a rola, e a utilização de munições de chumbo, metal altamente tóxico". "Estes e outros problemas precisam de ser corrigidos na lei e as penalizações previstas têm de ser suficientemente pesadas para funcionarem como dissuasores."
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, defendeu a revisão da lei, nomeadamente o facto de as montarias não terem de ser comunicadas ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas: "É um erro que, para ser corrigido, obriga a uma mudança da lei."