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Morada da matrícula escolar só com prova do Fisco

Para evitar moradas falsas, passa a ser obrigatório provar com dados fiscais do agregado.

13 de abril de 2018 às 01:30

O Ministério da Educação mudou as regras das matrículas nas escolas para impedir a apresentação de moradas de pessoas com as quais os alunos na realidade não vivem. Com o objetivo de "combate à fraude", o despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República prevê regras mais restritas para a delegação da função de encarregado de educação.

A partir do próximo ano letivo, será preciso apresentar dados fiscais do agregado familiar para provar que o aluno vive com o encarregado de educação.

"A residência e o local de trabalho do encarregado de educação só serão considerados quando o aluno residir efetivamente com a pessoa que é encarregado de educação por delegação, o que deverá ser comprovado mediante os últimos dados relativos à composição do agregado familiar, validados pela Autoridade Tributária", refere o despacho nº 6/2018.

Outra alteração, que já tinha sido anunciada pelo Governo, é que, no critério da proximidade à escola, os alunos abrangidos pela Ação Social Escolar (ASE) passam a ter prioridade em relação aos restantes.

Os alunos com Necessidades Educativas Especiais continuam a ter a primeira prioridade na matrícula, seguidos dos que já frequentavam a escola/agrupamento e daqueles que têm irmãos na escola, surgindo só depois o critério das moradas de residência e trabalho.

Confap teme dificuldades para famílias

Jorge Ascenção, da Confederação Nacional de Associações de Pais, aplaude o combate à fraude e diz que "é necessária justiça nas matrículas", mas diz que esta mudança traz riscos. "Espero que ao resolver este problema pontual não se crie um problema maior e dificulte a vida a famílias que precisam de apoio dos avós", disse, alertando ainda para "casais separados em que o filho não consta no agregado fiscal do encarregado de educação".

Caso entregue ao Ministério Público

A Procuradoria-Geral da República confirmou que recebeu quarta-feira o inquérito da Inspeção-Geral da Educação e Ciência sobre a fraude com moradas falsas na Escola Filipa de Lencastre, Lisboa, tendo-o remetido ao DIAP. A PGR já tinha investigado e arquivado o mesmo caso.

SAIBA MAIS

1911

Portugal, só com a implantação da República, em 1910, começou a dar passos firmes para ter um sistema de ensino nacional. A reforma do ensino primário de 1911, da autoria de João de Barros e João de Deus, foi um marco decisivo.

Ditadura e revolução

O golpe militar de 28 de Maio de 1926 dá origem à ditadura que vem reforçar o caráter ideológico do ensino. Só a partir dos anos 60 há maior aposta no ensino, que é reforçada após a revolução de Abril de 1974.

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