"É um assunto demasiado sério para viver de anúncio", referiu um deputado do PSD.
PCP, Livre, PAN e Chega defenderam esta quinta-feira um reforço do apoio na área da saúde mental nas escolas e universidades, com o PS a avançar que o plano de prevenção do Governo para o ensino superior será apresentado em maio.
As posições foram manifestadas num debate parlamentar em que foram apresentados os projetos de lei desses quatro partidos sobre a disponibilização de serviços de saúde mental nos vários graus de ensino, incluindo o reforço de psicólogos para as escolas públicas e instituições de ensino superior.
Na apresentação do seu diploma, o deputado do PCP Manuel Loff salientou que, de acordo com as recomendações internacionais, o rácio em contexto escolar não deve ultrapassar os 500 alunos por psicólogo, mas em Portugal é de 694 estudantes, "40% mais do que o recomendado".
Além do reforço desses profissionais nos estabelecimentos públicos de ensino, o projeto de lei do PCP pretende a "recuperação da carreira de psicólogo no âmbito do Ministério da Educação", adiantou ainda Manuel Loff.
Já o deputado único do Livre, Rui Tavares, avançou que o seu projeto de lei pretende "contemplar de forma clara as obrigações do Estado" nesta matéria, ao determinar que as instituições de ensino superior têm de disponibilizar serviços de saúde mental aos estudantes, alegando que "é preciso prevenir em vez de remediar".
Inês de Sousa Real, do PAN, alertou que, no caso das universidades, "48% dos estudantes mostram problemas graves do foro psicológico, como depressão, ansiedade e perda de controlo", adiantando que a sua iniciativa legislativa pretende criar uma rede de serviços de psicologia nas escolas públicas e instituições de ensino superior e uma linha telefónica de apoio no ensino superior.
Pelo Chega, Rita Matias sublinhou que o partido pretende o reforço do acesso a serviços de psicologia a orientação escolar para os alunos do básico e secundário, alegando que "metade das doenças mentais surge entre os 10 e os 19 anos" e que o rácio nas escolas "é de mais de mil alunos por psicólogo", uma situação que é "mais alarmante nos contextos mais carenciados".
"Nunca se viu uma crise de saúde mental tão grave nas escolas portuguesas", disse Rita Matias, para quem esta situação "tem um nome e um responsável, o Governo socialista".
No debate parlamentar, a deputada do PS, Rosa Venâncio, considerou que, nos últimos 20 anos, as instituições "têm feito um enorme esforço para garantir a resposta adequada aos desafios da saúde mental" dos estudantes, investigadores, docentes e não docentes.
Além disso, a parlamentar socialista, que reconheceu que existem necessidades já identificadas que foram agravadas pela pandemia da covid-19, avançou que em maio será apresentado o plano de prevenção da saúde mental no ensino superior, com vista a ser operacionalizado no próximo ano letivo.
Já Carla Castro, da Iniciativa Liberal, salientou ser necessário um "país com futuro, com esperança e que, na saúde mental, se tenha uma sociedade tolerante e aberta, que saiba em geral prevenir, identificar, não julgar e ajudar a tratar".
Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, considerou que o Serviço Nacional de Saúde ainda está muito aquém do necessário nesta matéria e anunciou que, "genericamente", a sua bancada acompanha as propostas legislativas sobra esta matéria.
Dinis Ramos, do grupo parlamentar do PSD, lamentou que Portugal "seja o segundo país da União Europeia" com maior prevalência de doença mental na população jovem e adulta.
"A saúde mental dos estudantes portugueses é um assunto demasiado sério para viver de anúncios", referiu ainda o parlamentar social-democrata, referindo-se ao programa do Governo para o ensino superior.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.