Desde o início deste ano, a Ordem dos Psicólogos Portugueses já denunciou 70 casos de usurpação de título profissional de forma a que o Ministério Público (MP) possa iniciar uma investigação.
Esta realidade tem apresentado uma tendência de crescimento, uma vez que em 2020 foram feitas 11 queixas, em 2021 o número aumentou para 54 e em 2022 foi registado um valor recorde, com um total de 70 denúncias. Em causa estão os "falsos psicólogos" que, apesar de se denominarem como especialistas em psicologia, não receberam esse título por parte da Ordem, segundo informação divulgada pela imprensa nacional.
Muitas vezes, os falsos psicólogos são também indivíduos que praticam e exercem atos de natureza psicológica sem, no entanto, terem habilitações para fazê-lo. De acordo com o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, "muitas vezes são consultores sem formação em psicologia", ao qual acrescenta "vêm de outras áreas como gestão, a economia e o direito e fazem formação de
coaching durante uns fins de semana".
Noutros casos, existem pessoas que não finalizaram o curso de psicologia ou que nunca ingressaram na Ordem, o que faz com que o exercício de psicologia exercido por estes indivíduos seja considerado ilegal.
A Ordem dos Psicólogos acredita que o número de denúncias por usurpação vai continuar a aumentar, sobretudo porque a população em geral está cada vez mais consciente acerca do que é a atividade da psicologia. As denúncias acerca destes "falsos psicólogos" são essencialmente feitas por colegas psicólogos, por pacientes, mas também por más práticas, nomeadamente a publicidade nas redes sociais, de acordo com a imprensa nacional.