Sem funcionários suficientes, muitas vezes a solução passa por proibir atividades.
Pais e diretores escolares alertaram esta quinta-feira para a falta de funcionários em algumas escolas, onde os alunos são impedidos de jogar à bola ou de ir à biblioteca, apelando ao ministro para que permita contratar mais trabalhadores.
No arranque de mais um ano letivo, o representante dos diretores das escolas, Filinto Lima, e a porta-voz dos encarregados de educação, Mariana Carvalho, defendem a necessidade urgente de rever a portaria de rácios que define quantos funcionários cada escola tem direito no 'Lusa Extra', podcast da agência Lusa, divulgado esta quinta-feira.
"São necessários, em muitas escolas, mais funcionários", disse o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), pedindo ao ministro da Educação Fernando Alexandre para que reveja a portaria dos rácios que "está desatualizada" tendo em conta as novas missões das escolas.
Sem funcionários suficientes, muitas vezes a solução passa por proibir atividades, alertou a presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), Mariana Carvalho, que também reivindica um reforço de pessoal não docente.
"Muitas vezes proibimos porque não temos assistentes operacionais para vigiar os recreios e, portanto, proíbe-se jogar a bola ou correr. Como não temos assistentes operacionais para estar nos polivalentes, as crianças são impedidas de os usar e as bibliotecas estão fechadas por falta de recursos. Os recursos continuam a faltar e continua a ser aqui uma grande lacuna das escolas", lamentou Mariana Carvalho.
No podcast da Lusa sobre o arranque do ano letivo, Mariana Carvalho defendeu também a necessidade de criar carreiras especificas para quem trabalha nas escolas: "Um assistente operacional pode ser aquele funcionário que está na portaria, a fazer uma limpeza, a apoiar um serviço administrativo ou a cuidar de uma criança com necessidades educativas especiais".
A representante dos encarregados de educação lembrou também o caso concreto da falta de técnicos especializados para ajudar crianças e jovens em áreas como a saúde mental.
Para Filinto Lima faltam "centenas de funcionários" de todas as áreas, desde terapeutas, a técnicos de informática ou funcionários para apoiar nos recreios e em casos mais concretos como os alunos com necessidades específicas.
Sobre a educação especial, também são necessários mais técnicos para as terapias e mais professores da educação especial: "Cada vez temos casos mais graves", alertou o presidente da ANDAEP, que defendeu ser preciso continuar a apoiar os alunos com deficiência depois de terminado o ensino obrigatório.
"Sinceramente, estou mais preocupado até depois de fazerem 18 anos. Estes alunos estão connosco até aos 18 anos ou 20 anos, fazem um progresso muito positivo e os pais estão, de uma forma global, muito contentes com o trabalho efetuado pelos nossos profissionais das escolas. O grande problema é seguir, quando completam o 12.º ano e vão para casa", alertou.
Professor desde o final dos anos 80, Filinto Lima reconhece que houve uma evolução, mas entende que para muitos existe um vazio quando terminam o ensino obrigatório, pedindo ao Governo que crie um percurso profissional para estes jovens.
"Muitas vezes não há quem os receba. Não há CERCI´s que os recebam porque não há lugares para estes alunos. O que eu peço ao Governo é para que aumente o número de utentes que possam frequentar estas instituições porque muitos deles saem do Ministério da Educação porque deixam de ser nossos alunos e, infelizmente, passam para o `Ministério da Casa´", alertou, sublinhando que a situação obriga a que muitos pais tenham de abandonar os empregos.
Entre o dia de hoje e a próxima segunda-feira arrancam as aulas para cerca de 1,6 milhões de alunos do pré-escolar ao ensino secundário, num ano que volta a ser marcado pela falta de professores, em especial em escolas das zonas de Lisboa, Alentejo e Algarve.
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