Encarregados de educação defendem que é preciso reduzir a carga horária, mas nunca deixar de haver aulas.
Pais e encarregados de educação querem menos horas de aulas diárias e um horário mais flexível, mas pedem aos professores que continuem a ensinar, durante a pandemia de covid-19, até para garantir a saúde mental de todos.
A poucos dias de começar o terceiro período, os pais não têm dúvidas de que as aulas vão continuar a ser à distância, tal como aconteceu no final do segundo período para controlar a disseminação do novo coronavírus, que já infetou mais de 11 mil pessoas em Portugal.
Os pais acreditam que os professores estão agora mais preparados para dar as aulas e as famílias também já se começaram a organizar melhor o arranque de mais um período de aulas, contou à Lusa o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção.
Mas, alertam, ainda existem problemas, tais como saber se haverá provas de aferição e exames nacionais e como será feita a avaliação.
Independentemente das decisões, os pais defendem que é preciso reduzir a carga horária, mas nunca deixar de haver aulas.
"O terceiro período deverá ser um momento de aprendizagem e não apenas para preencher o tempo", defendeu Jorge Ascenção, acrescentando que ocupar as crianças e jovens também é importante para a sua saúde mental.
Os docentes terão de encontrar formas de ensinar diferentes consoante os níveis de ensino, já que os alunos mais novos não conseguem estar a trabalhar sozinhos em frente a um computador, lembra Jorge Ascenção.
A responsabilidade do ensino dos alunos não pode ficar do lado dos encarregados de educação, até porque "muitos não têm capacidade ou conhecimento para acompanharem as matérias", alerta o presidente da Federação das Associações de Pais de Vila Nova de Gaia (Fedapagaia), José Cardoso, em declarações à Lusa.
"É muito provável que cheguemos ao fim do ano letivo sem conseguir cumprir o programa", admite por seu turno o presidente da Confap, referindo que esse trabalho poderá continuar no início do próximo ano letivo, altura em que pode haver a recuperação das matérias que não foram dadas ou que ficaram pouco consolidadas.
Também o presidente Fedapagaia defende que é preciso "emagrecer os conteúdos curriculares", assim como é preciso repensar no horário de trabalho dos alunos.
José Cardoso explicou que é preciso adequar os horários para que pais e alunos possam articular a necessidade de trabalho de cada um: "Temos de ter em atenção que gerir uma família que tenha dois ou mais filhos em idade escolar e com os pais em teletrabalho e em partilha de espaços e equipamentos pode-se tornar num verdadeiro caos", alertou a Fedapagaia.
Depois existem outros problemas que os pais consideram mais graves, como é o caso dos milhares de alunos sem Internet ou equipamentos para conseguir acompanhar as aulas.
O presidente da Federação das Associações de Pais de Vila Nova de Gaia lembrou ainda a necessidade de se encontrar soluções para os alunos do ensino especial, que agora estão "particularmente vulneráveis".
Para José Cardoso é também importante não esquecer que "nesta fase tão crítica para os alunos, e que se agravará quanto maior for o tempo em que a ela estejam sujeitos, é preciso articular o apoio psicológico ao nível dos agrupamentos e escolas".
O ensino à distância é "admissível e desejável", mas sempre como solução a curto prazo, devendo a sua adoção ser levada a cabo com a consciência das suas limitações e dificuldades de implementação, alertou.
Portugal registou até hoje 311 mortes associadas à covid-19 e 11.730 infetados, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O primeiro caso conhecido em Portugal surgiu há pouco mais de um mês e em meados de março o Governo mandou encerrar todas as escolas do país e depois decretou o Estado de Emergência, que já foi prorrogado por mais 15 dias.
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