Há questões comuns a muitos portugueses que são agora esclarecidas com a ajuda de um profissional de saúde.
Há questões comuns a muitos portugueses que são agora esclarecidas com a ajuda de um profissional de saúde.
– As enchentes junto às praias podem deitar por terra o que foi conseguido no combate à pandemia?
– É fundamental para conseguirmos evitar uma subida exponencial de novos casos de Covid-19 manter o distanciamento físico quando estamos ao ar livre, bem como o uso de máscara e a lavagem das mãos com regularidade.
– A revisão da estratégia adotada na realização dos testes deve ser feita de que forma?
– Mais de que uma revisão será desejável fazer, o que sempre se disse que se iria fazer. Testar com rapidez os suspeitos, os que contactaram com suspeitos e garantir o isolamento de suspeitos e infetados. Um inquérito da Ordem dos Médicos esclarece que muitos não foram devidamente testados.
– No inquérito, 19% dos médicos afirmaram que esperaram uma semana para realizar o teste. É muito tempo?
– Seja médico ou um outro cidadão em caso de suspeita, o teste deve ser realizado de imediato. No caso de um profissional de saúde é incompreensível estar uma semana à espera.
– Como sabemos que um vírus é endémico?
– Para conseguir determinar se um vírus é endémico (ou seja, presente de forma constante na população) é preciso compreender a sua evolução e a sua incidência na população nas várias estações. Não conseguimos estimar o tempo exato em que o poderemos afirmar como tal, mas precisaremos mais de um ano certamente.
– Atingir imunidade de grupo depende do tempo ou quantidade de pessoas que foi infetada?
– Um misto dos dois fatores. No caso deste vírus, os especialistas dizem que a imunidade de grupo poderia ser atingida entre os 60 e os 80% da população. O desafio é que não sabemos se o facto de a pessoa ter anticorpos ao vírus a torna imune, logo, se a imunidade de grupo funciona.
– Quantos morrerão até chegar a ser endémico?
– É difícil estimar. No caso de Portugal, que optou pela estratégia de adiar a infeção comunitária, ao fazê-lo ganhámos tempo para desenvolver tratamentos e, eventualmente, uma vacina. E, assim, esperamos diminuir a mortalidade por Covid-19.n
– É importante saber a origem do novo vírus?
– Do ponto de vista da investigação do impacto do vírus em seres humanos e do desenvolvimento de um tratamento e de vacinas, não é muito relevante. É, porém, importante do ponto de vista científico, até para melhor monitorização de fenómenos futuros.
– O contacto com animais exóticos dará origem a novos surtos?
– Presume-se que este vírus terá tido origem em animais tropicais ou exóticos, com maior probabilidade em morcegos. Sabê-lo implica muito trabalho de detetive por parte dos cientistas e há sempre um grau de incerteza quanto à verdadeira origem.
– Quem teve infeção por outro coronavírus tem mais imunidade a este?
– Neste momento, a única informação que temos é que quem já desenvolveu anticorpos contra este SARS-CoV-2 possivelmente, caso seja reinfetado, terá um quadro clínico menos grave. Não há ainda evidências comprovadas de que contactos com outros vírus, inclusivamente da mesma família do coronavírus, confira proteção.
– Foi reportado o menor número de mortos (6) das últimas semanas. Como analisa esta evolução?
– Será de esperar que até dia 18 haja uma diminuição dos números, refletindo o período antes do levantamento do confinamento. Depois de dia 18 já poderemos avaliar o impacto das medidas iniciadas a 4 de maio.
– Será prudente passar à segunda fase do desconfinamento sem avaliar o impacto da primeira fase?
– Eventualmente poderíamos ter esperado por ter o Rt de 0,7, como outros países fizeram, para ter uma margem de erro. Tomada a decisão de levantar o confinamento, é fundamental monitorizar a evolução muito de perto, e fica nas mãos dos portugueses contermos o surto.
– É de esperar um aliviar das infeções com a chegada do calor e um ressurgimento no outono?
– Em laboratório, o vírus diminui a atividade acima dos 30 graus e em ambientes mais secos. Esperemos que tenha o mesmo comportamento na comunidade. A confirmar-se, é provável que haja nova vaga entre o outono e o inverno.
– São expectáveis 200 a 300 novos casos de infeção por dia. Parecem-lhe números realistas?
– A DGS tem os seus métodos de medição do impacto da infeção. O aumento de novos casos é expectável a partir do momento em que levantámos as medidas de desconfinamento. O número final vai depender sempre da nossa atitude: do distanciamento, do uso de máscara e lavagem frequente das mãos.
– Ainda é cedo para avaliarmos o impacto do desconfinamento?
– Só a partir do dia 18 de maio é que começaremos a ver o impacto das medidas que foram tomadas a 4 de maio. Por comparação, em termos de mortalidade, Portugal situa-se a meio da tabela dos países da União Europeia.
– Houve 477 mortes em lares. A retoma das visitas é precipitada?
– A retoma das visitas exigirá sempre medidas de distanciamento rigorosas e eventual controlo de temperatura à entrada. Seria desejável que, além dos funcionários, todos os residentes fossem também testados e a situação devidamente monitorizada tendo em conta o alto risco.
– Só se pode fazer teste com prescrição médica?
– Para o fazer no SNS, sim, sendo que as pessoas são livres de o fazer no setor privado. No contexto do SNS, é preciso que a pessoa tenha um quadro de suspeição ou contacto direto com alguém infetado. À medida que os testes forem ficando mais precisos e baratos, acredito que se tornem mais comuns.
– Alguém que teste positivo pode não contagiar?
– Nos testes que detetam a presença genética do vírus, por vezes detetam resquícios do vírus, o que significa que a pessoa já não está em fase infecciosa, logo, transmissível. Porém, e uma vez que não há forma de distinguir, devemos assumir sempre que a pessoa está em fase transmissível.
– Os spas não vão reabrir já. É boa precaução?
– O vírus transmite-se por gotículas. Num spa, há tratamentos que envolvem contacto direto entre pessoas, partilha de equipamentos e de superfícies. A utilização do um banho turco, por exemplo, decorre em ambientes de grande humidade e proximidade. É difícil evitar a transmissão.
– Os animais de estimação apanham Covid-19?
– Há registos, raros, de transmissão de humanos para animais domésticos. Não há registos ao contrário. Enquanto não tivermos mais informação, recomenda-se que se evite que os animais estejam em contacto com pessoas fora do agregado familiar. Se alguém ficar infetado, deve assumir o mesmo comportamento com os animais que teria com as pessoas: distanciamento.
– Como evitar a desinformação sobre o surto?
– Recomendo que visitem o site da Direção-Geral da Saúde e o da Organização Mundial de Saúde, em que há áreas sobre notícias falsas. Tudo o que lerem online deve ser confirmado por uma fonte fidedigna.
– Os anti-inflamatórios não esteroides pioram o estado dos doentes?
– O ibuprofeno foi desaconselhado pela OMS com base em estudos muito pequenos e inconclusivos. Há indícios de que a utilização deste fármaco pode agravar o estado dos doentes mais graves. Por um princípio de precaução foi recomendado a sua não utilização, mas há muito a estudar sobre a matéria.
– Surpreende o número de mortos entre profissionais de saúde?
– Os profissionais de saúde lidam com os doentes mais graves e, mesmo com todo o equipamento de proteção, estão expostos a elevadas concentrações do vírus. Se porventura tiverem alguma doença associada, com maior probabilidade tendem a desenvolver situações graves.
– O ar condicionado pode ser um meio de contágio da doença?
– O que se sabe é que a transmissão se faz por gotículas, o que exige o contacto direto entre pessoas. Porém, há estudos em curso, depois de relatos, muito raros, de possível contágio através de sistemas de ventilação. É uma probabilidade muito remota.
– É possível candidatar-se para testar a vacina?
– Em Portugal, creio que não há nenhum estudo a decorrer. Mas há vários estudos em curso noutros países. Os cidadãos podem voluntariar-se. É feito um rastreio para saber se respeitam as condições para o estudo. Tipicamente, são adultos jovens e saudáveis. Os investigadores escolhem os melhores candidatos.
– Os sapatos podem transportar o novo coronavírus? E por isso devem ser deixados à porta de casa?
– A Direção-Geral da Saúde tem recomendado, como medida de precaução, que se deixem os sapatos à porta. A possibilidade de transmissão do vírus por essa via é muito baixa, porém, é uma medida aconselhável. Sobretudo para as famílias que têm crianças, que andam e brincam no chão.
– As compras que se trazem da rua também são para desinfetar?
– Tudo o que vier embalado, e se se puder deitar fora a embalagem, é preferível. Se não for possível retirar a embalagem e deitá-la fora, convém, sim, limpar a superfície da mesma com uma substância alcoólica, água e sabão ou um pano humedecido com lixívia. Depois de manusear as compras e de as arrumar, a própria pessoa deve lavar as mãos.
– Uma preocupação de alguns: as picadas de insetos podem transmitir o novo coronavírus?
– Não há qualquer evidência de transmissão por qualquer vetor, incluindo o mosquito.
– A importação do lixo urbano de países com elevado risco como Itália é uma ameaça para a saúde pública?
– Segundo os estudos mais conservadores, o vírus tem um tempo de permanência nas superfícies que pode ir até às 72 horas. Logo, não há qualquer risco. A própria Agência Europeia do Ambiente já sossegou as pessoas nesse sentido.
– Estamos a voltar à normalidade na assistência aos não Covid?
– É preciso que isso aconteça. Quer as pessoas que tinham consultas marcadas no auge da crise, quer as que lidam agora com situações mais urgentes não devem dispensar esses cuidados. E é urgente até porque houve uma quebra acentuada nos diagnósticos, inclusivamente no caso do cancro.
– A OMS alterou as diretrizes na gravidez e pós-parto. Porquê?
– Essencialmente para que o aleitamento materno fosse retomado. Nos primeiros 4 meses de vida, o recém-nascido precisa dos anticorpos que lhe são passados através do leite materno e porque nos bebés o risco de infeção é muito reduzido.
– Houve um aumento do número de infetados. É preocupante ou resultado do desconfinamento?
– O confinamento foi levantado há três dias e, como tal, não me parece que estes números estejam relacionados. O relevante agora é estarmos atentos ao número de infetados a necessitar de internamento hospitalar e cuidados intensivos.
– E se a tendência se repetir nos próximos dias?
– Dentro de uma semana e meia vamos ter uma visão mais clara do impacto do desconfinamento. É preciso que haja controlo nesta subida para não ultrapassar a capacidade do SNS. É recomendável que o passo seguinte (reabertura das escolas e lojas maiores) seja dado de acordo com os dados sobre a evolução da pandemia.
– O caso de Lisboa pode levar a outras medidas?
– Não se sabe se esta subida se deve ao maior número de testes feitos ou a situações ocorridas em circuitos fechados, como lares ou hostels que sempre foram o ‘calcanhar de Aquiles’ no controlo da doença. Só se houvesse comprovadamente risco de uma propagação exponencial deveriam ser aplicadas restrições.
– A Covid-19 deixa lesões irreversíveis?
– Os efeitos da Covid-19 a longo prazo ainda estão sob estudo. Aparentemente, as sequelas mais graves podem ocorrer nos doentes que foram ventilados e estiveram nos Cuidados Intensivos. Têm sido descritas lesões pulmonares crónicas, como fibrose. Na vasta maioria das pessoas, que se saiba, a Covid-19 não deixa complicações.
– Uma segunda infeção será mais ligeira?
– A Organização Mundial de Saúde afirma que a presença de anticorpos tornará uma possível segunda infeção pela Covid-19 menos grave. Confere algum grau de proteção e evita uma doença mais severa.
– As crianças não contaminam com a Covid-19?
– Não há, para já, registo de transmissão desta doença de crianças para adultos. Porém, o facto de não haver registos não significa que não ocorra. O mais provável é que seja menos comum e poderá estar relacionado com o facto de as crianças terem menos recetores para o vírus no trato respiratório e sistemas imunitários mais capazes de reagir à infeção.
– Neste mês, Portugal vai começar a usar plasma no tratamento da Covid-19. Que grau de eficácia tem o produto?
– A utilização de plasma de doentes curados é uma técnica antiga, usada desde o início do século XX. Nos poucos estudos feitos em doentes chineses com Covid-19 observou-se, nalguns casos, resposta positiva. Mas são estudos pequenos e pouco robustos.
– É possível saber que doentes reagem, ou não, a este tratamento?
– Não conseguimos determinar os que vão responder ao tratamento com o plasma. Oque sabemos é que pessoas com idades mais avançadas, particularmente depois dos 70 anos, e com outras doenças, são aquelas que têm uma evolução menos favorável.
– Israel descobriu um anticorpo contra o vírus. Melhor que o do plasma?
– Israel desenvolveu um anticorpo monoclonal, feito a partir de uma única célula. Esse anticorpo foi eficaz para neutralizar o vírus em contexto de laboratório. Desconhecemos se já foram feitos estudos em animais ou seres humanos e qual a eficácia, real, que terá nos doentes.
Mais importante do que encomendar o equipamento mais cedo, é a necessidade de garantir que os profissionais de saúde tenham acesso ao equipamento"
- Um virologista alemão está a tratar doentes de Covid-19 com um antiparasita intestinal. Este medicamento está a ser usado em Portugal?
- A Ivermectina mostrou capacidade de neutralizar o vírus em laboratório, mas não demonstrou eficácia nos seres humanos. Não foi recomendada por qualquer agência e a expectativa é baixa em relação a esta opção. Há estudos em curso.
- Quem tem Covid-19 e não está em estado grave, o que toma?
- Cerca de 80% das pessoas infetadas não têm sintomas ou têm sintomas ligeiros. Nesses casos, recomenda-se um antipirético e hidratação, havendo uma recuperação entre 5 e 11 dias.
- Se houver uma segunda vaga de infeções, quando poderá surgir?
- É imprevisível. A SARS-CoV-1 (SARS), que surgiu em 2002 em forma de surto, não originou nova onda. Aqui, se houver uma segunda onda, pode esperar-se que seja nas semanas a seguir ao levantamento das medidas de confinamento, ou, se as temperaturas de verão amenizarem a transmissibilidade do vírus, no próximo inverno.
- Alguns acreditam que a vacina contra a Covid-19 poderá ser uma realidade dentro de dez anos ou mais...
- As vacinas demoram cinco a dez anos a serem desenvolvidas. Porém, nos últimos cinco anos tem havido uma importante evolução nas tecnologias usadas no desenvolvimento de vacinas. Juntando a isso o investimento que está a ser feito na criação de uma vacina contra a SARS-CoV-2, será expectável ter uma vacina no decorrer de 2021.
- Que risco correm os voluntários que se dispuseram testar medicamentos contra a doença?
- É imprevisível. Entre as possíveis consequências pode estar ficarem infetados com a Covid-19. Entre outros efeitos imprevisíveis (embora improváveis) mulheres poderão transmitir a doença aos filhos e, em situações extremas, doença grave e morte.
- É seguro usar piscinas públicas nesta fase?
- Sim, desde que as piscinas respeitem as normas e usem cloro. Esse produto tem um efeito neutra lizador do vírus e torna a utilização da piscina segura. Devendo as pessoas manter a distância recomendada.
- A concentração de pessoas na praia é um risco?
- Se Portugal foi capaz de achatar a curva foi graças ao cumprimento de todos das medidas do confinamento. Se as medidas deixam de ser cumpridas, haverá um novo crescimento exponencial da curva. Depende de todos tentar travar a pandemia.
- O vírus tem maior dificuldade de propagação com o calor?
- Vários estudos realizados em contexto de laboratório revelam que a atividade do vírus é menor acima dos 30 graus e também em ambientes secos. É um vírus novo e no qual muito permanece desconhecido, mas há a esperança que a atividade do vírus seja menor no período do verão. Mas é necessário manter as medidas de distanciamento social.
- A máscara deve ser de uso regular?
- A utilização da máscara por uma pessoa protege as que a rodeiam no caso de estar infetada. A sua utilização é, assim, importante para todos. Devemos usar máscara não só nos transportes e nos espaços comerciais, mas em todos os locais onde possamos conviver com outras pessoas.
– O que é o risco de transmissibilidade (RT)?
– O R0 é um número apurado, num determinado momento, de que uma pessoa infetada pode infetar outras. Por sua vez, o RT varia ao longo de determinado período de tempo e leva em conta outros fatores, como as medidas tomadas no confinamento.
– Qual o valor adequado do RT para aliviar as medidas restritivas?
– O alívio das medidas deve depender de outros fatores. Não existe um valor certo. Abaixo de um, indica que cada pessoa infetada potencialmente infeta menos de uma pessoa. Países como a Noruega, República Checa e Dinamarca tinham R0 abaixo de 0,8 quando começaram a levantar algumas das restrições.
– As unidades de Cuidados Intensivos registam uma ocupação de 55%. É um valor que dá alguma margem de manobra?
– Além do número de camas e de equipamentos, como ventiladores, são necessários recursos humanos. Não é público o número de profissionais com formação em Cuidados Intensivos e a administração pública de saúde admitiu poder vir a recrutar no estrangeiro para compensar falhas.
- No momento de comprar, deve ser tomado em conta que as máscaras são certificadas?
- A utilização das máscaras evita que o utilizador possa infetar as pessoas que estão na sua proximidade. A máscara ser certificada é importante porque a barreira efetuada está conforme com o determinado com as normas existentes.
- Qual a importância do indicador R0 para avaliar o risco potencial de contágios?
- O R0 é um indicador de transmissão. Ou seja, se for igual a um, cada pessoa infetada, infeta uma pessoa na comunidade. Abaixo de um, podemos presumir que haverá uma redução de novos casos.
- Os testes existentes para identificar o vírus são fiáveis, ou têm limites?
- Os testes PCR identificam a presença do material genético do vírus na amostra. No caso do primeiro teste ser inconclusivo é realizado um segundo teste para concluir se se verifica infeção pelo SARS-CoV-2. Nos testes serológicos têm uma percentagem variável (consoante o teste) de falsos negativos.
- Estabeleceu-se ligação entre a Covid-19 e a síndrome de Kawasaki nas crianças. E em Portugal?
- Segundo a DGS não há nenhum caso a registar. Felizmente, a vasta maioria das crianças infetadas com a Covid-19 não tem sintomas ou tem sintomas muito ligeiros.
- O que causa esta síndrome de Kawasaki?
- Não tem causa conhecida mas é despoletada por um processo infeccioso que dá origem a um quadro inflamatório multissistémico. Atinge particularmente as paredes dos vasos sanguíneos e, se não for tratada, pode resultar em enfarte do miocárdio, entre outras complicações. Tratada precocemente, tem bom prognóstico.
- A Covid-19 tem a capacidade de despertar outras doenças?
- É preciso ter precaução na análise destes fenómenos. Não há certeza de que haja ligação entre a Covid-19 e a síndrome de Kawasaki. O SARS-CoV-2 é um vírus desconhecido para a espécie humana e temos cinco meses de informação cumulativa sobre ele. Vamos descobrir mais, à medida que os estudos forem mais robustos.
– Há uma pressão sobre as unidades de Cuidados Intensivos resultante dos internamentos por Covid-19?
– Portugal adquiriu equipamentos, como ventiladores, e, com isso, aumentou ligeiramente a capacidade de resposta. Há portanto alguma margem de resposta tanto em termos de camas, equipamentos e profissionais de saúde. O importante é manter a curva de infeções abaixo da capacidade do SNS.
– Em Espanha, o confinamento será aliviado em algumas das ilhas. É possível uma situação idêntica em Portugal?
– Portugal não tem no território do continente um sistema de divisão por regiões autonómicas. Uma medida desse tipo terá alguma eficácia nos Açores e Madeira.
– É fundamentado o receio da população em deslocar-se a hospitais ou centros de saúde?
– Não há qualquer fundamento para não procurarem os cuidados de saúde de que precisam. Quem tem cirurgias ou consultas não deve faltar. Pais devem vacinar os filhos. Os hospitais e centros de saúde têm canais separados para os doentes de Covid-19.
– Quanto tempo demorou a controlar o Sars e o Mers? Será igual para o novo coronavírus?
– A situação de surto do Sars e do Mers demorou cerca de um ano a ser controlada. AGripe A continua entre nós. Já não como surto, mas como vírus da comunidade. Estas situações exigem uma vigilância constante. Muitas vezes algo que parece controlado, descontrola-se.
– Nunca houve uma paragem mundial assim...
– Nos últimos anos, nunca surgiu, sob a forma epidemiológica, um agente patogénico que combinasse, simultaneamente, elevada transmissibilidade com esta taxa de mortalidade. Na ausência de qualquer tratamento eficaz, este vírus pode ter efeitos devastadores.
– Há muitos países à procura de vacina. O lucro será o objetivo?
– Estamos perante uma pandemia que arrisca, sem vacina, destruir a economia global. É do interesse de todos, incluindo dos fabricantes, resolver esta situação. Será justificável cobrir custos, mas não aceitável que tentem lucrar de forma abusiva com a desgraça alheia.
- O Instituto Pasteur concluiu que quem teve Covid-19 mantém anticorpos contra a doença durante dois meses.
- É um sinal de que, pelo menos, dois meses poderá ter, mas a expectativa é que seja mais. Só com mais estudos poderemos saber quantos anticorpos são necessários para conferir imunidade e por quanto tempo.
- Como estão a ser tratados os portugueses?
- Não existe qualquer tratamento comprovado para a Covid-19. Existem ensaios clínicos em curso, com diferentes opções terapêuticas, e alguns deles a decorrer em Portugal. Cada hospital define o seu protocolo terapêutico, de acordo com as orientações internacionais, na certeza de que, neste momento, não há um regime comprovado.
- A segunda vaga da infeção será mais mortal?
- A única forma de evitar que haja um aumento exponencial do número de casos, e do número de mortos, é mantendo o distanciamento social, a utilização de máscaras e as outras medidas sanitárias. Senão poderemos de facto verificar uma situação pior do que na primeira vaga.
- É verdade que o novo coronavírus tem maior mortalidade na Europa?
- A mortalidade definitiva da Covid-19 só será determinada após algum tempo de acompanhamento do vírus. O envelhecimento demográfico europeu é um fator a ter em conta. Será mais importante olharmos para a mortalidade por escalão etário, não pela população total.
- É certo que se pode adoecer mais do que uma vez de Covid-19?
- Duas dúvidas persistem: primeiro, qual a quantidade (título) de anticorpos necessária para conferir imunidade à doença; segundo, quanto tempo é que a imunidade dura. O facto de ter tido a infeção e de ter desenvolvido anticorpos não garante que a pessoa está protegida contra nova infeção.
- Tem opinião formada sobre a cloroquina, de que tanto se fala, de forma tão contraditória?
- A hidroxicloroquina demonstrou efeitos positivos na resolução de casos graves, mas dentro de um estudo muito pequeno. Entretanto surgiram informações contraditórias. Temos de aguardar por estudos com mais doentes.
- O que distingue a máscara social da cirúrgica?
- As máscaras sociais ou comunitárias são feitas de um material que tem a vantagem de ser lavável e reutilizável. Pelo contrário, as cirúrgicas não são reutilizáveis, devendo ser dispensadas para recipiente fechado de lixo assim que ficarem húmidas da respiração (o que acontece com um uso médio de 4/5 horas).
- São obrigatórias em espaços fechados?
- O recurso à máscara deve ser feito quando estamos na presença de outras pessoas, evitando que os outros se infetem caso estejamos infetados. Em espaços fechados, pelas limitações na circulação de ar, aumenta a força desta recomendação. Quem não usa máscara coloca em risco as pessoas com quem está a conviver. Devem manter-se as demais regras de higiene e distanciamento.
- Luvas são necessárias?
- Se usar luvas, deve lavá-las com frequência com solução alcoólica. Para tarefas pequenas, como fazer compras, poderá usar as luvas mas deve deitá-las fora no final da tarefa. Mantêm-se todas as regras como não tocar na cara ou no telemóvel.
- A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública não concorda com o levantamento das restrições em maio. Concorda com esta posição?
- A renovação do estado de emergência deve ter em conta os dados apresentados pelas autoridades de saúde pública, que são aqueles que os especialistas vão levar no dia 28 quando se reunirem com o primeiro-ministro e o Presidente da República. O levantamento terá de ser faseado, com apertada vigilância.
- Os alunos devem ser testados antes do regresso às aulas?
- Só será prudente voltar a haver aulas físicas caso as condições da epidemia o permitam. Todos deverão usar máscara e manter distanciamento social. Quanto aos testes: numa população sem sintomas, a percentagem de falsos negativos é grande. Esta medida não serve esta população.
- Vamos conseguir manter o planalto?
- Assim que as pessoas saírem à rua haverá mais casos. É preciso que o aumento não ponha em risco a capacidade do SNS. Se for ultrapassada, pode ser preciso dar um passo atrás.
- O novo coronavírus já sofreu mais de 30 mutações. É normal?
- Os vírus, por regra, vão tendo muitas mutações à medida que circulam. O que importa é se as mutações mudam, ou não, o comportamento do vírus. Até agora não parece ter acontecido.
- A descoberta da vacina pode ser um grande negócio. Corremos o risco de esquecer o essencial?
- Grande parte da investigação a ser feita depende de dinheiro do Estado ou da filantropia. Será desejável que a vacina possa ser dispensada à população global não numa lógica de lucro, mas numa lógica de cobertura de custos. A vacina só será eficaz se todos formos vacinados.
- O que torna algumas pessoas imunes à doença, mesmo infetadas?
- As pessoas com sistemas imunitários robustos são as que tipicamente não apresentam sintomas ou têm sintomas ligeiros. Importante é manter o sistema imunitário forte, aliando exercício à alimentação equilibrada, eventualmente com suplementos de vitamina C e D. Isso e manter o distanciamento, higiene das mãos e uso de máscara.
– A comemoração dos feriados representa risco de propagação do vírus?
– Qualquer evento com várias pessoas no mesmo espaço físico o representa. O risco só será minimizado se todos usarem máscara e mantiverem distância física mínima de dois metros, para além das outras medidas. Por reconhecer a dificuldade logística, a UGT decidiu passar as comemorações do 1º de maio para o espaço virtual.
– As batas não estão a chegar aos hospitais. São fulcrais para proteger os profissionais?
– Sim. Reconhece-se que as quantidades necessárias de material de proteção individual para manter os profissionais seguros são muito grandes, mas não podemos descurar este ponto: 11,5% dos infetados são profissionais de saúde.
– A resposta na saúde mental é suficiente?
– Por força da pandemia, houve agravamento dos quadros de saúde mental em pessoas que já tinham predisposição para tal e mesmo entre a população saudável. A Direção-Geral da Saúde criou, por isso, uma linha específica com psicólogos e psiquiatras: 808 242 424.
– A reabertura diferenciada da economia pode levantar riscos?
– Para retirar de forma gradual as medidas de contenção teremos de voltar a conseguir identificar todas as cadeias ativas de transmissão do vírus. Será, então, possível adotar, de uma forma faseada, a retoma das atividades económicas, acompanhadas pelas medidas de distanciamento e higiene, procurando manter o número de novos casos o mais baixo possível.
– Os dados disponíveis apontam para que a pandemia possa, em breve, entrar numa fase descendente?
– Neste momento da curva há uma certa estabilidade sobre o número de novos casos por dia. Será, assim, de esperar que possa haver uma diminuição. Contudo, se as medidas restritivas deixarem de ser cumpridas com o mesmo rigor podem ficar comprometidos todos os esforços já realizados.
– O que significa ter um RO abaixo de 1?
– O RO representa o número de pessoas que um doente pode infetar. RO abaixo de um leva por isso a uma redução de casos. Especialistas apontam para um valor abaixo de 0,7 para levantar as medidas de restrição.
– Que vantagem uma povoação retira ao ser criado um cordão sanitário?
– O primeiro objetivo é proteger a população fora da localidade onde foi criado o cordão sanitário, dado o descontrolo local do surto. Dentro da povoação reforça a mensagem da necessidade de isolamento. Há também a prioridade de detetar de uma forma precoce os casos considerados suspeitos para serem isolados.
– Qual a posição de Portugal em comparação com outros países na realização de testes de diagnóstico?
– Na União Europeia estamos no 8º lugar, e a nível mundial no 27º posto no número de testes por um milhão de habitantes.A realização de testes é mais eficaz quando se procurar garantir que seja feita de forma dirigida aos casos suspeitos e seus contactos diretos.
– A Suécia adotou a imunidade de grupo. Devia de ser aplicada em Portugal?
–A imunidade de grupo ocorre quando 60 a 80% da população se torna imune à exposição ao vírus. Ocorre, assim, a chamada ‘vacina natural’, que garante a protecção da população em geral. Isto deve ser alcançado de forma progressiva e não à pressa, porque acabará por provocar uma enorme pressão sobre o sistema de saúde. Portugal e Suécia têm uma população semelhante (10 milhões), mas a Suécia regista o dobro de mortes por Covid-19,
mais de 600.
– Um número crescente de países tornou obrigatório o uso de máscara. Justifica-se?
– A máscara deve ser usada sempre que se está em contacto com outras pessoas para proteção do próprio e de terceiros.
– A OMS recomenda a prática corrente de testes. Concorda?
– Temos de alargar a realização de testes, mas isto não significa testar a totalidade da população. Deve haver uma política pró-ativa do Governo de testar todos os casos suspeitos, assim como todos os seus contactos diretos, começando pelas populações em maior risco.
– Qual a importância de serem realizados testes de uma forma generalizada dos lares?
– A importância é que os testes permitem ter uma identificação das pessoas infetadas. Nos lares, e por as pessoas com mais de 60 anos terem um maior risco, justifica-se que sejam todos testados, residentes e trabalhadores, devendo ocorrer o isolamento imediato dos casos detetados.
– Quando a unidade de cuidados intensivos de um hospital atinge a capacidade limite, os doentes devem ser transferidos?
– Esgotada a capacidade instalada numa instituição devem os doentes que necessitem de ser
colocados numa unidade de Cuidados Intensivos ser imediatamente transportados para as unidades mais próximas.
– É oportuno o pedido apresentado pela Ordem dos Médicos para que os dados obtidos sejam distribuídos pela comunidade científica?
– A Direção-Geral da Saúde garante que todos os dados estarão disponíveis para a comunidade científica, garantida a salvaguarda das questões de proteção de dados. Ultrapassadas essas questões os dados estarão acessíveis à academia.
– Que fatores conduziram a um aumento da mortalidade?
– A mortalidade aumenta apenas muito parcialmente devido à Covid-19. As principais causas de morte são as doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas (como a
diabetes) e oncológicas. O novo coronavírus coloca o sistema de saúde sob pressão, o que diminui a sua capacidade de resposta em relação às outras doenças e, assim, aumentam
tempos de espera, morbilidade e mortalidade. Setores privado e social deveriam ser contratualizados para receber doentes não Covid.
– Com a pandemia quem deve usar máscara?
– Nesta fase, as pessoas têm de ficar em casa. Devem usar máscara quando saem. Para tirar e colocar a máscara as mãos ficam junto das orelhas para não tocar na boca e nariz. Manter istanciamento social e lavar as mãos.
– Quais as prioridades na realização de testes?
– Em primeiro lugar, os potenciais infetados e as pessoas vulneráveis. Os residentes em lares e as pessoas expostas a potenciais situações de infeção. A OMS recomenda o maior número de testes para avaliar dimensão da doença
– 1538 ventiladores no SNS: são suficientes?
– Olhando para a evolução dos números, e sabendo que as unidades de cuidados intensivos também tratam outros doentes além dos que têm Covid-19, diria que corremos o risco de esgotar a nossa capacidade de resposta. É preciso prepararmo-nos, sobretudo, com ventiladores, máquinas de diálise e recursos humanos especializados.
– A hemodiálise é um risco acrescido de contágio para idosos?
– Os doentes com insuficiência renal e que precisam da hemodiálise para viver são de risco. Por isso, sempre que possível, deve ser feita diálise no domicílio. Se não possível, devem ser transportados sozinhos. Nos lares, o isolamento pós tratamento deve ser cumprido.
– Mais de mil profissionais infetados. Como se pode evitar o contágio?
– Cada profissional de Saúde infetado é menos um para tratar doentes. É de extrema importância garantir que todos, no mínimo, tenham acesso a material de proteção individual. Noutros Países já houve casos de profissionais que vieram a falecer. Temos que evitar esse cenário em Portugal.
– É possível aliviar as medidas de restrição e de isolamento social com esta taxa?
-Acima de tudo não sabemos qual a duração da imunidade que foi adquirida. Portanto, todas as políticas devem ser feitas tendo em conta que há sempre riscos na exposição ao contacto com outros. Uma revisão das medidas terá sempre de ter em conta a necessidade de continuar a manter a distância social.
– Como se pode aumentar a imunidade de uma população?
– Para levantar a quarentena é fundamental voltarmos a controlar o número de cadeias ativas de infeção. Implica riscos incontroláveis, mas será preciso, acima de tudo, manter os grupos de risco mais protegidos e manter as medidas de isolamento, lavagem das mãos, uso obrigatório de máscara, etc.
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– Portugal atrasou-se um mês na encomenda de material face à recomendação da OMS?
– Mais importante do que encomendar o equipamento mais cedo, é a necessidade de garantir que os profissionais de saúde tenham acesso ao equipamento. É crítico que quem está na linha da frente disponha de todo o equipamento necessário.
– Por parte das autoridades deveria haver uma maior sensibilização da opinião pública para o uso de máscara?
– Sendo cada vez mais evidente que ao levantar da quarentena a máscara terá de ser utilizada, será fundamental o Governo sensibilizar a população para o seu uso e sobre a forma correta de como deve ser manuseada. É também necessário garantir o acesso às mesmas, porque os preços hoje são proibitivos.
– Vamos ter de viver de uma forma diferente?
– É fundamental ter a noção de que a vida, como a conhecíamos antes, não voltará a ser a mesma, até existir a vacina. Terá, por isso, de ser mantido distanciamento físico e demais regras na relação com os mais idosos, para a sua proteção.
– Qual a explicação para um número baixo de doentes nos Cuidados Intensivos?
– Estudos internacionais revelam que entre 4 e 5% dos doentes acabam por ser internados em Unidade de Cuidados Intensivos. Em Portugal é observado um valor abaixo dos 2%. Ainda para mais, temos uma população envelhecida e com doenças crónicas associadas. Será necessária uma análise mais detalhada de dados que ainda não foram disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde para compreender.
– Qual a razão para a diferença entre o número de casos confirmados e de testes positivos?
– A explicação apontada pela senhora Ministra é que a diferença resulta de haver doentes em que a doença se prolonga por mais tempo e o segundo teste, feito nos mesmo doentes, revela que o vírus permanece positivo.
– Os profissionais de Saúde infetados são em número elevado?
– Em países com surtos mais severos, entre 8 e 12% dos profissionais de Saúde são infetados. Em Portugal é 11,5%. Repercute a necessidade de equipamentos de proteção individual.
– O aumento de 1516 casos num dia é pontual ou indica que Portugal ainda não atingiu o pico?
– Pode ser representativo do número de testes realizado ou pode de facto
representar uma evolução em crescendo do surto. Não nos devemos precipitar na avaliação dos números mas sim manter todas as medidas de restrição em curso.
– Justifica-se agravamento das medidas?
– Todas as medidas recomendadas pela DGS, concretamente no que respeita à necessidade da população se manter em casa, devem ser mantidas e reforçadas neste período. Deve haver, porventura, um aumento no esforço de identificação de todos os infetados e suspeitos, garantindo ativamente o seu isolamento, mesmo que seja no seio da família.
– A DGS deve emitir directivas sobre o regresso aos lares dos idosos em convalescença?
– Os residentes em lares que tiveram a infecção confirmada deveriam, até à resolução do surto, ficar isolados noutros locais que não os lares residenciais, por se tratar de uma população de elevado risco e pelo elevado grau de desconhecimento sobre este vírus.
– Porque deve ser realizado um estudo serológico?
– O estudo permite saber se a pessoa já esteve em contacto com o vírus e desenvolveu anticorpos. Num crescimento exponencial da doença deve ser dada prioridade aos testes de diagnóstico a potenciais infetados.
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