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PSP atenta ao "perigo de radicalização" de algumas comunidades de imigrantes

Hugo Palma recordou que em 2017 estavam registados em Portugal perto de 400 mil cidadãos estrangeiros e em oito anos o número passou para 1,5 milhões.

29 de outubro de 2025 às 15:32

O diretor da Unidade Central de Estrangeiros e Migrações da PSP afirmou esta quarta-feira em Luanda que a polícia está atenta ao perigo de radicalização religiosa e política de algumas comunidades de imigrantes em Portugal.

Ao elencar os desafios que a imigração coloca à segurança nacional e ao trabalho da polícia, no Seminário Internacional sobre Segurança Pública, a decorrer em Luanda, Hugo Palma disse que a PSP acompanha "com muita atenção" algumas comunidades de imigrantes e reconhece "o perigo da radicalização, seja a radicalização religiosa, seja a radicalização política".

"Essa é uma realidade, não só de quem vem para Portugal, mas também é um problema de alguns grupos que já estão em Portugal", disse o diretor daquela unidade, pertencente à Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras da PSP.

Hugo Palma, que falava no painel sobre "o fenómeno da imigração irregular e a sua implicação na segurança nacional dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)", reconheceu a preocupação da PSP com a radicalização, que "obviamente coloca fortemente em causa a coesão" do país.

O superintendente Hugo Palma recordou que em 2017 estavam registados em Portugal perto de 400 mil cidadãos estrangeiros e em oito anos o número passou para 1,5 milhões.

"É mais de um milhão de pessoas de outros países que escolheram Portugal para entrar, para trabalhar, estudar e viver. Como percebem, isto representa um desafio extraordinário", disse o oficial da PSP.

Segundo o dirigente, o volume de imigrantes em Portugal coloca também desafios sociais, nomeadamente a necessidade de garantir que estes tenham acesso aos bens essenciais, nomeadamente a saúde, a educação e apoio social.

"Este é também um debate e que nos preocupa, diretamente, porque depois provoca o fenómeno de transvase para aquilo que é a nossa realidade, as redes criminosas que se aproveitam da migração, o tráfico de pessoas, também os grupos criminosos que já estão instalados no nosso país e que aproveitam este grande fluxo para os aliciar e trazer para a sua atividade criminosa", notou.

O responsável defendeu que o grande fluxo de imigrantes em Portugal "provoca, eventualmente, um esgotamento" da capacidade de Portugal "de receção dessas pessoas".

"E finalmente colocava aqui, porque vivemos recentemente a pandemia da covid-19, a questão que coloca alguns riscos sanitários à saúde pública", concluiu o responsável.

O Seminário Internacional sobre Segurança Pública decorreu no âmbito da VI Reunião dos Ministros do Interior e da Administração Interna da CPLP, que termina na sexta-feira em Luanda.

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