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Quando o álcool destrói vidas

Alcoólicos Anónimos lutam contra vício há 80 anos.

10 de junho de 2015 às 09:30

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Conhece quem seja viciado em álcool?

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Conhece quem seja viciado em álcool?

O álcool é legal, barato e acessível. Quando é bebido em excesso funciona como uma espécie de anestesia da vida. Os problemas regressam depois. E a dobrar. Estar bêbedo aumenta a probabilidade de morrer afogado, atacar o seu companheiro e sofrer acidentes de trabalho ou rodoviários. Transforma-se em vício sem dar conta e, aos poucos, destrói a vida de quem o consome diariamente.

Alexandra começou a beber para combater a solidão. Sentia-se feliz sob efeito do álcool. Poucos meses depois, quando as bebidas alcoólicas já se tinham instalado na sua vida, surgiram a angústia e o desespero. "Não sabia adormecer em paz nem acordar bem disposta. Não sabia viver", recorda a doente numa das reuniões dos Alcoólicos Anónimos (AA) a que o Correio da Manhã assistiu.

Demorou sete anos a pedir ajuda aos AA. Queria viver sem o álcool, mas não sabia como. Quando reparou que estava a ficar agressiva e já não era a mesma pessoa tomou uma das decisões mais importantes da sua vida: pediu ajuda. "Muito curiosamente não me tem apetecido beber. A espiritualidade disto está em estar mal e ajudar quem está pior", explica Alexandra.

Expulso de casa pela mulher

Augusto sempre gostou de beber. "Queria ser homem como o meu pai e ter o meu garrafão de vinho", conta. Quando começou a andar constantemente sob efeito do álcool chegava atrasado ao trabalho e a filha ganhou vergonha do pai, tudo porque as amigas contavam que o viam constantemente bêbedo. Cansada de toda a situação, a mulher expulsou-o de casa.

"Não soube ser pai, não soube ser marido, não soube ser nada. Só soube ser um grande bêbedo", desabafa Augusto. A irmã ajudou-o a ter consciência do sofrimento que estava a causar à família e deu-lhe o contacto dos AA. "Pensei: 'Se foi a solução para outras pessoas, deixa-me cá fazer o mesmo'. Comecei a trabalhar as minhas emoções. Desde que entrei, nunca mais toquei numa gota de álcool", sublinhou Augusto.

Hoje, todos os dias tem uma reunião de uma hora e meia com os AA, melhorou o desempenho no trabalho e recuperou a estabilidade familiar. "Percebi que tenho uma doença", acrescentou.

Pode pedir ajuda aos AA através do número de telefone 217 162 969 ou no site Alcoólicos Anónimos Portugal.

Bilhete de identidade do livro que marca o percurso de todos os Alcoólicos Anónimos

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Título: Alcoólicos Anónimos;

Autor: Alcoólicos Anónimos;

Páginas: 336;

Editora: Alcoholics Anonymous World Services;

ISBN: 1-893007-48-9

Preço: gratuito. Basta ir a uma reunião dos AA.

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