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Rede europeia quer garantir acesso aos mesmos tratamentos contra o cancro

Especialistas esperam assegurar pelo menos um centro por cada país participante no projeto, sendo que a rede tem como objetivo criar 100 centros hospitalares certificados até 2028.

13 de novembro de 2025 às 08:14

Europeus de diferentes países, incluindo Portugal, terão acesso aos mesmos tratamentos contra o cancro através de uma rede europeia, que permitirá aumentar a oferta de cuidados, informou o coordenador da rede.

"Esta rede tem como objetivo elevar toda a oferta de cuidados e o acesso à inovação em toda a União Europeia e um pouco além" disse à Lusa em Paris o investigador científico e presidente do Instituto Nacional do Cancro em França, Norbert Ifrah, que coordenou a Rede Europeia de Centros Compreensivos de Cancro pela União Europeia (sigla em inglês, EUnetCCC).

O âmbito da Rede Europeia de Centros Compreensivos de Cancro (EUnetCCC) é o de partilhar técnicas, dados e especialidades dos centros de oncologia da Europa, de forma a oferecer a melhor solução aos pacientes, independentemente da sua origem.

A rede, criada há um ano, pretende que todos os europeus sejam tratados da mesma forma na luta contra o cancro, independentemente do local onde vivem, segundo o investigador, que falava à Lusa à margem da primeira reunião anual da rede, que decorreu em Paris na semana passada.

"Dar acesso a todas as pessoas doentes ao melhor [dos tratamentos] da oncologia (especialidade médica que estuda os cancros), onde quer que estejam", acrescentou Ifrah.

Os 27 países da União Europeia, juntamente com a Moldova, a Islândia e a Ucrânia, lançaram a EUnetCCC, em outubro de 2024.

Os especialistas esperam assegurar pelo menos um centro por cada país participante no projeto, sendo que a rede tem como objetivo criar 100 centros hospitalares certificados até 2028.

Todos os países signatários da EUnetCCC têm de manter a rede europeia até 2028, destacando que nesse ano será realizado o primeiro balanço do programa.

Portugal já conta com um centro-piloto, no IPO Porto, que está a desenvolver um projeto dedicado à melhoria dos cuidados aos doentes com cancro do pulmão e do cólon.

Também em entrevista à Lusa, em Paris, a secretária de Estado da Saúde de Portugal, Ana Povo, disse esperar que, através deste programa europeu, o país possa "construir políticas públicas que levem esta ideia de rede europeia de cancro para uma rede portuguesa de cancro para que cada português, independentemente do local onde vive, independentemente do seu código postal, caso venha a ter um cancro, consiga ter a mesma perspetiva de cura."

A União Europeia financiou 80% do projeto e os estados que participam, incluindo Portugal, financiaram os restantes 20%. Este projeto tem um orçamento de 112 milhões de euros.

Na Europa, 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro todos os anos e 1,3 milhões pessoas morrem devido à doença no continente.

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